Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Guimarães, Rafaela Rola Leite [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69667
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Resumo: |
Introdução: Os Erros Inatos da Imunidade (EII) englobam um vasto grupo de doenças genéticas, com ampla variabilidade fenotípica. A COVID-19 (Coronavirus Disease 2019) representa o maior desafio médico e científico do nosso século. Durante os últimos três anos, o SARS-CoV-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus-2) espalhou-se pelo mundo, causando quase 7 milhões de mortes. A Síndrome pós-aguda da COVID-19 (PACS) é descrita em 10-20% dos casos de infecção e compreende as manifestações clínicas novas, recorrentes ou persistentes presentes após a infecção aguda. Os estudos focados na evolução clínica e desfecho da COVID-19 nos pacientes com EII auxiliaram na compreensão dos fatores predisponentes e mecanismos imunológicos relacionados à COVID-19 grave/crítica e alguns apresentaram resultados ambíguos que podem refletir diferenças interpopulacionais. Ainda não há publicações disponíveis sobre impacto clínico a longo prazo da infecção e reinfecções pelo SARS-CoV-2 nessa população. Métodos: Trata-se de estudo unicêntrico, longitudinal e prospectivo com amostra de conveniência de pacientes com diagnóstico confirmado de EII, acompanhados no Ambulatório de Imunologia Clínica da UNIFESP e que apresentaram pelo menos um episódio infeccioso confirmado pelo SARS-CoV-2 nos dois primeiros anos da pandemia. Os pacientes que preencheram os critérios de inclusão foram acompanhados por no mínimo 12 meses, com consultas clínicas trimestrais. Foram coletados dados sobre o diagnóstico do EII, comorbidades associadas, evolução clínica durante infecção aguda e reinfecções pelo SARS-CoV-2, complicações e sequelas da COVID-19. Resultados: Foram incluídos 37 pacientes (54,1% sexo masculino) com mediana de idade de 24,1 anos. A maioria possuía diagnóstico de deficiências predominantemente de anticorpos (54,1%) e 91,9% referiam alguma comorbidade. Cinco pacientes apresentaram quadros críticos com necessidade de internação em UTI e 3 foram a óbito (2 com agamaglobulinemia e 1 com Síndrome de Good). Casos mais graves foram mais observados em pacientes com bronquiectasias e asma moderada/grave. Não identificamos correlação da gravidade com idade, sexo e grupo de EII, mas houve associação estatística entre a presença de ausculta respiratória alterada, queda saturação de oxigênio (SPO2) e hiporexia com evolução para quadros moderados, graves e críticos. As reinfecções ocorreram em 16 (47,1%) pacientes, sendo que 88% dos casos foram assintomáticas ou leves. A presença de diabetes tipo 2 (DM2) foi associada a maior taxa de reinfecções. Sintomas da PACS foram identificados em 70,6% dos pacientes e o grupo com deficiência predominantemente de anticorpos apresentou maior incidência de PACS e porcentagens maiores de hiposmia, alterações de sono e de memória Conclusões: A incidência acumulada de casos foi menor que a população geral, com predominância de casos leves, mas a taxa de letalidade foi quatro vezes maior que a média brasileira. A presença de bronquiectasias e asma moderada/grave parece estar relacionada a maior gravidade e a de DM2 a maior taxa de reinfecções. Não foi encontrada associação entre os grupos de EII e gravidade da COVID-19, mas os pacientes com agamaglobulinemia apresentaram mais casos críticos e óbitos. Os sintomas de PACS foram identificados em mais de 70% dos casos, porcentagem bem maior que a população em geral. |