Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Marcelino, Camilla de Castro [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11600/71773
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Resumo: |
Pesquisas indicam que as relativas preposicionais padrão não fazem parte da gramática nuclear do falante do português brasileiro (PB) (cf. GROLLA, 2000; PERRONI, 2001; LESSA-DE-OLIVEIRA, 2008) e, apenas após anos de escolarização, os falantes do PB usam algumas dessas estruturas, especialmente na escrita (cf. CORRÊA, 1998; MEDEIROS JR., 2007); em contrapartida, há construções que são naturalmente adquiridas, mas cujos usos não são recomendados pela Gramática Normativa. Considerando a importância do livro didático no ensino de língua portuguesa e seu papel como fornecedor de um input ordenado, nosso objetivo geral é analisar quantitativa e qualitativamente, em livros didáticos de Língua Portuguesa dos anos finais do ensino fundamental, o input fornecido para a aquisição das orações relativas no PB. Os objetivos específicos são (i) caracterizar as orações relativas do corpus quanto a fatores linguísticos e à coleção didática; (ii) verificar se o input fornecido ao aluno evidencia as diferenças entre a “gramática da fala” e a “gramática da escrita” com relação às diferentes estratégias de relativização; (iii) investigar as orientações destinadas ao professor nos capítulos que trabalham conteúdos relacionados às orações relativas. Como fundamentação teórica, adotamos os pressupostos gerativistas (cf. CHOMSKY, 1981 e seguintes), assumindo a hipótese inatista para a aquisição de linguagem e considerando a expansão da periferia marcada a partir do input ordenado escolar (cf. KATO, 2005; 2018). Trata-se de uma pesquisa de abordagem mista (cf. PAIVA, 2019) que utiliza metodologia semelhante à de Santos (2013) e Aguiar (2020) – trabalhos sobre o input em livros didáticos no tocante a outros fenômenos linguísticos – na análise das ocorrências de orações relativas, da abordagem de conteúdos específicos relacionados às orações relativas e das orientações destinadas aos professores no corpus, constituído de dados extraídos das duas coleções de livros didáticos de Língua Portuguesa mais adquiridas pelo Programa Nacional do Livro e Material Didático (PNLD) 2020. Na análise quantitativa, obtivemos o total de 170 orações relativas, sendo 133 (78,24%) de funções sintáticas não preposicionais – as relativas de sujeito são a maioria – e apenas 37 (21,76%) ocorrências de relativas preposicionais. Na abordagem dos conteúdos, observamos que, além de haver poucos exemplos de relativas preposicionais – tanto nos textos expositivos quanto nas atividades –, apenas uma coleção apresenta a estratégia cortadora e nenhuma obra menciona a estratégia resumptiva. Tais resultados indicam a necessidade de se considerar o conhecimento linguístico prévio dos alunos sobre as orações relativas e de se fornecer um input mais rico na abordagem dessas estruturas. |