Estudo da associação entre os comportamentos impulsivos compulsivos e as discinesias induzidas pela levodopa em pacientes com Doença de Parkinson

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Veiga, Beatriz Azevedo dos Anjos Godke [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69580
Resumo: Introdução: O uso crônico das medicações dopaminérgicas está associado tanto ao desenvolvimento das complicações motoras quanto comportamentais, como as DILs e os CICs, respectivamente. Estas complicações associam­se aos diferentes graus de denervação ou depleção dopaminérgica nas vias nigroestriatais e mesocorticais, que causam as mudanças funcionais nas regiões do córtex cerebral ligadas a estas áreas. Porém, somente a complexa interação dos fatores clínicos, demográficos, genéticos e dos neurotransmissores dos sistemas glutamatérgico, serotoninérgico, noradrenérgico, opioide, sistema adenosina, além do dopaminérgico, pode explicar o porquê alguns pacientes, na evolução da DP, apresentam somente complicações motoras e não CICs. Objetivos: Estudar a associação entre os CICs e as DILs em um grupo de indivíduos adultos com DP. Como a cognição participa dos mecanismos de recompensa, os participantes também foram avaliados por uma bateria de testes neuropsicológicos. Métodos: 90 indivíduos com DP do ambulatório de Transtornos do Movimento da Universidade Federal de São Paulo – EPM foram incluídos. A avaliação foi composta por: Questionário para Comportamentos Impulsivos Compulsivos – forma breve (QUIP­CS), Escala de Impulsividade de Barratt­11 (BIS­11), Inventário de Depressão de Beck­II (IDB­II), Inventário Neuropsiquiátrico (INP), Escala de Avaliação Unificada para DP – Partes III e IV da Sociedade de Distúrbios do Movimento (MDS­UPDRS Parte III e IV) e Escala Unificada de Avaliação de Discinesia (UDysRS), Mini­Exame do Estado Mental (MEEM), da Bateria de Avaliação Frontal (FAB), do Teste do Desenho do Relógio (TDR), do Teste Revisado de Aprendizado Verbal de Hopkins (HVLT­R), do Teste de Trilhas Parte A e B (TMT Parte A e B), do Teste de Repetição de Dígitos Direto e Indireto (DSd e DSi) e do Teste Stroop Versão Victoria (ST). Resultados: Os CICs se associaram às DILs (Χ2 [1] = 5,4; p = 0,020). Os indivíduos com os CICs eram mais jovens no início da DP (U = 628; p = 0,02), tinham maior tempo de DP (U = 706; p = 0,013), estavam em uso de maiores doses equivalentes de levodopa (U = 680; p = 0,008), foram mais expostos aos agonistas dopaminérgicos (Χ2 [1] = 6,1; p = 0,013), apresentavam mais sintomas depressivos (U = 746; p = 0,033), maior impulsividade motora (U = 668; p = 0,006) e apresentavam mais complicações motoras (U = 770; p = 0,05). A impulsividade prévia, a presença de discinesias e os sintomas depressivos aumentaram o risco para as associações de CIC e para os comportamentos impulsivos. Não houve diferença significante entres os grupos com e sem os CICs quanto à cognição. Conclusão: Os CICs se associaram às DILs através da impulsividade motora, assim como puderam ser explicados pela presença das DILs, da impulsividade prévia e dos sintomas depressivos em um modelo logístico.