Aspectos epidemiológicos e clínicos da doença de Chagas aguda em área insular do município de Belém, estado do Pará, 2011

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Costa, Elenild de Góes [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5386854
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/50256
Resumo: Objetivo: Avaliar aspectos epidemiológicos, clínicos e sócio-ambientais da doença de Chagas aguda em área insular do município de Belém, Estado do Pará, 2011. Métodos: O Arquipélago do Combu foi selecionado para realização de inquérito humano sorológico e parasitológico, capturas entomológicas em unidades domiciliares e ecótopos naturais para determinar níveis de infestação, infecção pelo Trypanosoma cruzi, e estudo de fonte alimentar em triatomíneos, georreferenciamento das residências, palmeiras e casos humanos, análise ambiental para levantamento florístico, aplicação de questionário sócio-econômico étcnico e cultural para avaliação do perfil da população em risco de infecção para doença de Chagas. Resultados: A casuística do Estado do Pará, no período de 2006 a 2012 foi de 977 pacientes diagnosticados com doença de Chagas aguda, e registro de 20 óbitos (letalidade de 2%). Durante o trabalho de campo no Combu, de 2.190 pessoas registradas, considerou-se 1.659 pessoas cadastradas pelos agentes comunitários de saúde, sendo 52,2% do sexo feminino e 47,8% do sexo masculino. Desta população, foram analisadas 1.612 amostras (97,1%) e 15 amostras foram positivas com 1 óbito. A prevalência foi de 0.93%. A faixa etária incluiu pessoas de 2 meses a 97 anos. Os principais sintomas foram de febre (28%), astenia (23,1%), edema de face ou de membros (11,7%), cefaléia (6,3%) e taquicardia (6,1%). Na análise do inquérito humano, o modelo univariado demonstrou que o sexo não interfere na doença; indivíduos com febre tem 9,49 mais chances de ter um resultado positivo para a doença de Chagas e pessoas que tiveram contato com o vetor tem aproximadamente 13,22 vezes mais chances de ter resultado positivo. Na avaliação social, o risco de contrair doença de Chagas foi associado a ser do sexo feminino, ter banheiro na residência e possuir vala à céu aberto, enquanto que os fatores protetores foram famílias com até 4 pessoas vivendo sob a mesma renda, possuir cães, ter animais silvestres próximos à residência e receber visita técnica da prefeitura. A cobertura da vegetação dominante foi de floresta ombrófila aluvial com predominância de açaizais. Na avaliação entomológica foram pesquisadas 64 casas, 1 escola e 11 palmeiras e capturados um total de 510 triatomíneos, e caracterizados 380 indivíduos. As espécies evidenciadas foram Rhodnius pictipes e Rhodnius robustus. Conclusões: os sintomas de febre e edema relacionados à alimentação com açaí foram fatores associados ao risco de ocorrência da doença; o inquérito sorológico se mostrou eficiente para detecção de casos indeterminados de DC; Rhodnius pictipes foi a espécie mais abundante nas palmeiras das áreas estudadas sugerindo sua relevância e envolvimento na dinâmica da transmissão local da doença; o número de casos positivos e o óbito de 1 individuo, sugere considerar o Arquipélago do Combu como uma área importante para produção de casos e a modelagem com variáveis epidemiológicas demonstrou que febre, contato com o vetor e palmeiras infestadas com triatomíneos foram significativos e associados ao risco de ocorrência da doença de Chagas.