Revisão sistemática sobre a relação entre estado inflamatório e metabolismo de ferro em população adulta com obesidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Alves, July do Nascimento [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/70779
Resumo: Introdução: A obesidade é uma doença de alta incidência mundial que acarreta sérios riscos metabólicos, como síndrome metabólica, hipertensão arterial, doenças cardíacas, problemas hepáticos, diabetes, dislipidemia, câncer, prejuízos na função cognitiva, inflamação e possíveis impacto no metabolismo de ferro. Estudos sugerem que a inflamação advinda da obesidade seria possivelmente uma das razões para a deficiência de ferro nessa população. Objetivos: Avaliar a associação entre a inflamação e a deficiência de ferro em população adulta com obesidade. Métodos: foi desenvolvido uma revisão sistemática/ metanálise com protocolo registrado no PROSPERO - CRD42020205546. Os estudos foram selecionados de modo sistematizado, por dois revisores independentes, com base nos resultados obtidos em PubMed, Cocharane, Lilacas, Scopus, Embase, Open Grey, Google Scholar e MedRxiv. Os critérios de inclusão utilizados foram adultos com o Índice de Massa Corporal maior que 30Kg/m², presença de valores absolutos de marcadores de inflamação (Proteína C-reativa, Interleucina-6, Interleucina-12 ou Fator de Necrose Tumoral alfa) e de marcadores de ferro (ferro, ferritina, saturação de transferrina, transferrina, capacidade total de ligação do ferro, receptor de transferrina solúvel ou hepcidina). Estudos apresentados sob a forma de revisão, com população com obesidade mesclada a sobrepeso, população envolvendo idosos e/ou crianças, dados de cultura celular ou animais e indivíduos com hemocromatose foram excluídos. Após a extração dos dados de interesse, realizou-se a análise qualitativa (metassíntese) e quantitativa (metanálise) por meio de testes de diferença de médias padronizada segundo o modelo randômico de Hedge, funnel e forest plot, análise de heterogeneidade e viés de publicação. Foi considerado um valor de p<0,05 como estatisticamente significante. Resultados: Dos 2883 artigos identificados na triagem, apenas 45 foram selecionados para análise qualitativa. Ainda, dos 45 estudos, apenas 18 estratificavam a população com obesidade em grupos, e desses apenas um estudo estratificava por grau de inflamação, não sendo possível analisar diretamente a influência da inflamação no status de ferro. As demais estratificações foram decorrentes de sexo, ausência ou presença de diabetes mellitus, grau de obesidade, hepatopatias, ausência ou presença de diabetes mellitus associada a anemia e intervenções. Limitações relacionados ao desenho do estudo e ausência de normalidade dos valores dos exames resultou em metanálise com poucos artigos. Dessa forma, verificou-se que não há diferença estatística significante de ferro na amostra presente ou ausente de diabetes mellitus (p=0,453) e que o índice de massa corporal e CRP não se difere entre os grupos deficientes de ferro e suficientes de ferro (p=0,415 e 0,365, respectivamente). Contudo, o alto grau de heterogeneidade encontrado nos estudos e de viés de publicação limitam os resultados encontrados. Conclusões: Apesar de não haver evidências fortes para verificar se a obesidade ocasiona deficiência de ferro, percebe-se que essa relação é complexa, envolvendo múltiplas vias orgânicas e limitações advindas não somente da busca em literatura, mas da fisiologia humana, tais quais grupos étnicos, gênero e status reprodutivos e demais fatores de confusão.