Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Faccinetto, Ana Carolina Buso [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67997
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Resumo: |
Introdução: A estenose da artéria do rim transplantado (EART) é uma das principais complicações do transplante renal, prejudica a função do enxerto renal e pode requerer a correção da obstrução. Em crianças e adolescentes, ainda não é consenso o tratamento percutâneo. Objetivos: analisar os desfechos morte e perda do enxerto e os aspectos clínicos de longo prazo de uma coorte de crianças e adolescentes submetidos a transplante renal e ao tratamento percutâneo da estenose da artéria do rim transplantado. Métodos: Estudo retrospectivo, longitudinal e unicêntrico. Foram incluídos crianças e adolescentes com suspeita clínica de estenose da artéria do rim transplantado. Após angiografia da artéria do rim transplantado os pacientes com redução de mais de 50% da luz do vaso foram submetidos a angioplastia com ou sem implante de stent (grupo ATP). Os demais pacientes permaneceram em tratamento conservador (grupo controle). Foram analisados em ambos os grupos os desfechos primários isolados ou combinados de morte ou falência de enxerto e os secundários como parâmetros clínicos, incluindo pressão arterial e laboratoriais de função renal com um mês e um ano após a arteriografia. Os grupos foram comparados com testes estatísticos conforme a distribuição das variáveis e realizadas análise univariada e multivariadas para encontrar parâmetros relacionados com os desfechos; significante se p < 0,05. Resultados: entre janeiro de 2007 a dezembro de 2014, 36 pacientes com até 18 anos de idade e suspeita de EART realizaram angiografia renal; dois pacientes foram excluídos por estenose complexa nos quais não era possível a angioplastia. Destes, 20 eram do grupo ATP e 14 do grupo controle. O período médio de seguimento desta coorte foi de 91 meses (60-144), ou seja, 8,5 anos. Não houve diferença significativa da média da idade entre os grupos ATP e controle, respectivamente de 14,7 ± 3,29; 15,5 ± 1,96 anos (p= 0,23) e parâmetros 11 antropométricos; o grupo controle teve mais meninos 15 (93,7%) do que o grupo ATP 11 (55%); p=0,01. O tempo de diálise pré-transplante foi maior no grupo ATP (14,85 ± 6,25, meses) do que no grupo controle (9,93 ± 5,53, meses), p=0,01. A causa primária da doença renal, o tempo médio de transplante até o diagnóstico de EART, tipo de doador, tempo de preservação de órgão, tempo de isquemia fria e imunossupressão não foram significativamente diferentes entre os grupos. Antes do procedimento, a creatinina e a pressão arterial sistólica e a diastólica não eram significativamente diferentes entre os grupos. O tratamento percutâneo resultou em ampliação adequada da luz do vaso e não teve complicações agudas ou reestenose tardia. Na evolução, ocorreu um óbito (não cardiovascular) no grupo ATP e nenhum no grupo controle (p= 0,495) e perda do enxerto em 4 do grupo ATP e em 2 do grupo controle (p= 0,49), sem diferença estatística significativa. Entre os desfechos secundários, não foram observadas diferenças significativas entre os grupos quanto a creatinina sérica e pressões arteriais com um mês ou um ano de seguimento. Na análise multivariada o diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica, a localização da estenose no óstio e nos ramos da artéria renal do rim transplantado, necessidade de pré-dilatação e de stents calibrosos (seleção stepwise) foram as variáveis preditoras de desfecho combinado. Conclusão: Os desfechos primários isolados ou compostos foram semelhantes entre os grupos ATP e controle. O tratamento percutâneo não apresentou complicações e permitiu ao grupo ATP ter curso clínico (desfechos secundários) semelhante ao grupo controle. |