Valor diagnóstico do ultrassom doppler renal versus arteriografia renal em pacientes com estenose da artéria do rim transplantado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Orellana, Henry Campos [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67285
Resumo: Introdução: Pacientes transplantados renais podem evoluir com disfunção do enxerto cuja principal causa vascular é a estenose da artéria do rim transplantado (EART). A arteriografia do rim transplantado é o padrão ouro para o diagnóstico de EART, porém, o ultrassom doppler renal (USG) é o método de triagem mais utilizado devido ao seu baixo custo, maior disponibilidade e caráter não invasivo. Entretanto o valor diagnóstico desta técnica bem como os critérios que indicam estenose pelo ultrassom são variáveis na literatura. Objetivos: Analisar o valor diagnóstico da ultrassonografia doppler do rim transplantado no diagnóstico de estenose da artéria renal pela angiografia da artéria renal. Métodos: Foi um estudo retrospectivo que incluiu pacientes transplantados renais com suspeita clínica de EART que foram submetidos a ultrassonografia e arteriografia renais. Os dados foram obtidos da plataforma REDcap/ EPM que registra os transplantes renais realizados na instituição e dos prontuários eletrônicos dos pacientes. A suspeita clínica de estenose da artéria renal era feita pela evidência de piora da função renal e/ou dos níveis pressóricos no acompanhamento dos pacientes, sendo nestes casos indicados a realização da ultrassonografia renal. A suspeita de EART foi definida pela VPS > 200 cm/s no ultrassom renal e a EART significativa pela redução de 50% ou mais do lúmen arterial na angiografia renal. Os dados foram analisados com estatística descritiva, testes comparativos e de correlação, curva ROC para determinar o valor de corte e estimativa de sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivos e negativo e acurácia; significantes se p < 0,05. Resultados: Dos registros de 6.289 pacientes submetidos a transplante renal na instituição foram inicialmente selecionados 313 pacientes com suspeita clínica e ultrassonográfica de EART, submetidos a arteriografia no Hospital São Paulo, no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2014. Destes pacientes, 18 foram excluídos por apresentarem dados incompletos. A velocidade de pico sistólico (VPS) foi significativamente maior nos pacientes com estenose da artéria renal (média 415,3 ± 139 cm/s) do que nos sem estenose (313,4 ± 104,3 cm/s). O ponto de corte da VPS que melhor discriminou a presença de estenose foi de 345 cm/s com sensibilidade de 67,7%, especificidade de 66,7 %, valor preditivo positivo de 88,8%, valor preditivo negativo de 34,5% e uma AUC de 0,67. Conclusão: A Ultrassonografia Doppler do rim transplantado, comparado com a angiografia, representa um método diagnóstico adicional de triagem com boa acurácia para o diagnóstico de estenose de artéria renal. O valor da velocidade de pico sistólico de 345 cm/s que melhor discriminou o diagnóstico de estenose da artéria renal pela angiografia foi significativamente superior ao valor de 200 cm/s que é o mais utilizado na literatura.