A epidemiologia da parada cardiorrespiratória no serviço de emergência de um hospital universitário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Campanharo, Cassia Regina Vancini [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2494903
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/46399
Resumo: Introdução: A parada cardiorrespiratória (PCR) é frequente e, mesmo com tratamentos de emergência eficientes, associa-se a prognósticos ruins. A identificação da epidemiologia desses casos pode auxiliar no desenvolvimento de estratégias para aperfeiçoar recursos físicos, humanos e materiais, melhorando a sobrevida e o prognóstico desses indivíduos. Objetivo: Caracterizar pacientes atendidos em PCR em um serviço de emergência e verificar quais as variáveis associaram-se ao óbito, à sobrevida e ao estado neurológico. Métodos: Estudo de coorte prospectivo realizado no serviço de emergência de um hospital universitário federal brasileiro. A amostra foi obtida sucessivamente entre os anos de 2011 e 2012, e foi composta por 285 pacientes acompanhados por 1 ano. Os critérios de inclusão foram pacientes atendidos em PCR no setor de emergências clínicas. A média de idade foi 66,3±17,2 anos, com predomínio de homens (55,8%) e brancos (71,9%). Se o paciente apresentasse mais de uma PCR, considerou-se o primeiro evento para compor a análise. Os dados foram coletados por enfermeiros treinados, por meio do in-hospital Utstein style. O nível de significância considerado foi 0,05. Resultados: Em relação às características da PCR, 76,5% ocorreram no intra-hospitalar e 88,7% foram presenciadas pela equipe de saúde ou por familiares. A insuficiência respiratória foi a causa imediata presumida mais comum (30,8%) e a atividade elétrica sem pulso (AESP) foi o ritmo inicial mais frequente (58,7%). As intervenções mais realizadas durante a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) foram ventilações e compressões (100%), epinefrina (97,2%) e intubação (68,5%). A média de tempo desde o início da RCP até o primeiro choque foi de 10 minutos; até a realização da intubação, de 7 minutos; até a primeira dose de epinefrina, de 3,5 minutos; e até o término da RCP, de 19,2 minutos. Dentre a amostra deste estudo, 18,6% sobreviveram até as primeiras 24 horas após a PCR, sendo que, destes, 5,6% obtiveram alta hospitalar e 4,6% permaneceram vivos após 1 ano de seguimento. As infecções (31,1%) foram as principais causas de óbito. Após 1 ano de seguimento, pacientes com AESP como ritmo inicial de PCR apresentaram menores chances de sobreviver que aqueles com fibrilação ventricular (FV) (p=0,03), e pacientes com assistolia, menores chances de sobreviver que aqueles com AESP (p<0,00). Dos sobreviventes até 1 ano de seguimento (n=13), 53,8% apresentaram independência completa, 38,5% independência para as atividades de vida diária e 7,7% dependência moderada. Conclusão: A taxa de mortalidade da população estudada, após 1 ano de seguimento, foi alta. O ritmo cardíaco inicial da PCR foi a variável que melhor explicou a mortalidade. A AESP associou-se a maior mortalidade quando comparada à FV. Após 1 ano de seguimento, a maioria dos pacientes apresentou independência completa, sendo que a CPC não se associou às variáveis que poderiam ter influência na condição neurológica dos pacientes.