Fibrose pulmonar idiopática e outras doenças pulmonares intersticiais em pacientes com padrão tomográfico de pneumonia intersticial usual possível submetidos à biópsia pulmonar cirúrgica no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Tibana, Regina Celia Carlos [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5820130
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/50676
Resumo: Objetivo: determinar a frequência de fibrose pulmonar idiopática e outras doenças pulmonares intersticiais em pacientes com padrão tomográfico de pneumonia intersticial usual possível submetidos à biópsia pulmonar cirúrgica no Brasil. Métodos: casos com tomografia computadorizada de tórax com padrão de pneumonia intersticial usual possível e submetidos à biópsia pulmonar cirúrgica foram selecionados retrospectivamente de sete centros de doenças pulmonares intersticiais no Brasil. Todas as imagens de tomografia foram revistas por um radiologista e um pneumologista e classificadas por consenso, sem conhecimento dos dados clínicos e histológicos. Os casos de pneumonia intersticial usual definitvo e inconsistente foram excluídos após a revisão. O material histológico foi revisado por dois patologistas com experiência em doença pulmonar intersticial. O diagnóstico clínico final foi realizado por discussão multidisciplinar. Resultados: foram incluídos 61 casos, 67% do sexo masculino, média de idade de 65,2 ± 7 anos. Tabagismo foi descrito em 46,6% e exposição ambiental para pneumonia de hipersensibilidade em 33 de 61 casos (54%). Doença do refluxo gastroesofágico foi confirmada em 18 pacientes. Em dois terços os achados na tomografia computadorizada de tórax predominaram em campos pulmonares inferiores. Nos demais não foi observado predomínio em relação a campos pulmonares superiores e inferiores. Fibrose bronquiolocêntrica foi o padrão histológico mais frequente (55,7%; IC 95%: 42,4-68,5%), seguido de pneumonia intersticial usual (26,2%; IC 95%: 15,8-39,1%). Focos fibroblásticos foram observados em 59% dos casos (IC 95%: 45,7-71,4%). O diagnóstico mais frequente foi pneumonia de hipersensibilidade (37,7%; IC 95%: 25,6-51,0%), seguido de fibrose pulmonar idiopática (23,0%; IC 95%: 13,2-35,5%) e doença pulmonar intersticial secundária à doença do refluxo gastroesofágico (13,1%; IC 95%: 5,8-24,2%). Ausência de exposição ambiental associou-se ao diagnóstico de fibrose pulmonar idiopática (p= 0,001) e fibrose pulmonar idiopática ocorreu em 43% (IC 95%: 24,5-62,8%) dos 28 casos sem exposição ambiental. Entre os casos com exposição, fibrose pulmonar idiopática foi diagnosticada em dois (6,1%; IC 95%: 0,7-20,2%; p= 0,002). A avaliação de idade, sexo e escore de bronquiolectasias de tração não alterou os resultados. Conclusão: pneumonia de hipersensibilidade é a doença pulmonar intersticial mais frequente no padrão tomográfico de pneumonia intersticial usual possível no Brasil, seguida de fibrose pulmonar idiopática e doença pulmonar intersticial secundária à doença do refluxo gastroesofágico. Em pacientes sem exposição ambiental, a frequência de pneumonia intersticial usual e fibrose pulmonar idiopática não são suficientes para o diagnóstico sem biópsia pulmonar cirúrgica.