Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Dias Filho, Odair [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/61956
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Resumo: |
A atual forma do Estado penal-racial implementa territórios carcerários, por meio de uma política de repressão e de exclusão da população negra e pobre dos processos de trabalho e da sociedade em geral. Se apresenta nesses espaços através do processo de necropolítica e militarização das periferias. O conceito de necropolítica, a partir de Mbembe (2018), se relaciona ao poder de decisão sobre quem vive e quem morre, com destaque para a destruição de grupos populacionais considerados descartáveis. O direito de matar é acompanhado de justificativas de extermínio, ou o estado de exceção como dito por Agambem (2004) quando a morte contra outrem, já não é assassinato ou homicídio e ocorre impunimente, em geral, sob o pretenso discurso de “segurança”. Todavia, nesses territórios sitiados se consolida também expressões culturais de resistência protagonizadas especialmente pelos jovens, seja na sua forma de vestir, andar, se divertir - neste caso, com destaque para o funk “proibidão” e os “pistões”, mas também na forma como denunciam a violência de Estado, a desigualdade social e temas cotidianos expressados por meio das letras de músicas de funk. Frente ao cenário atual de aprofundamento do Estado neoliberal que destitui direitos mas garante a repressão contra a população periférica, cabe a problematização: o Funk pode ser visto como uma crônica das desigualdades oriundas das relações sociais constituídas no capitalismo? Esse estudo objetivou analisar as formas de resistência das classes subalternizadas a partir de suas expressões artísticas musicais, com foco no funk, especificamente, as letras de músicas críticas ao Estado Penal. A metodologia consta de pesquisa bibliográfica e a seleção e análise de músicas de uma dupla de MC 's moradora de uma comunidade da Baixada Santista. Esperamos com este estudo contribuir para identificar elementos que se particularizam nas letras de funk, mas que são mediações necessárias para o entendimento do Estado penal-racial, numa perspectiva de totalidade e a partir de autores da periferia. |