O que podem Arte e Matemática? Reflexões por meio de oficinas junto a um grupo de futuros professores de matemática da Universidade Licungo, Moçambique

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Cuchedza, Adamo Devi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/246980
Resumo: Esta tese teve como objetivo analisar como oficinas, criadas com a arte moçambicana, disparam processos formativos e problematizadores, nas dimensões ética, estética e política, em estudantes da Licenciatura em Ensino de Matemática, da Universidade Licungo, Extensão da Beira, em Moçambique. Daí questiona-se como um grupo de estudantes experimenta uma postura problematizadora sobre o ensino de matemática diante de pinturas da cultura local? Para tanto, foram criadas quatro oficinas com pinturas de artistas moçambicanos, e desenvolvidas com um grupo de estudantes licenciandos. As perspectivas da visualização e da visualidade compõem o arcabouço teórico e metodológico, possibilitando tecer análises para problematizar os modos e os discursos visuais produzidos durante as oficinas. Ainda, em termos metodológicos, e mais propriamente como uma postura, um ethos de se fazer pesquisa, assumiu-se um modo cartográfico, dando suporte ao longo do processo de produção e análise de dados oriundos das oficinas. A análise das oficinas mostrou que, para este grupo de estudantes, a arte serve como lugar para identificar conceitos matemáticos, ou como mecanismo de “salvação”, levando a disciplina da Matemática a um status mais acessível e para todos e, ainda, como ferramenta para contextualizar conceitos matemáticos ensinados na escola. Com isso, conclui-se que a tão naturalizada ideia de que a arte está a serviço do ensino para fins de aprendizagem e contextualização da matemática foi a que prevaleceu neste grupo de estudantes. No caso, as práticas de visualização, como uma atividade cognitiva, também foram as mais recorrentes, por permitir identificar na arte uma Matemática escolar. Entretanto, anseia-se que a arte com o ensino da matemática pode muito mais do que isso que se apresenta no grupo, operando como um disparador para posturas mais problematizadoras do ensino e da aprendizagem da matemática, e sob outros modos éticos, políticos e estéticos de operar com a arte e a matemática na sala de aula.