Atuação do intérprete de libras na mediação da aprendizagem de aluno no surdo no Ensino superior: reflexões sobre o processo de interpretação educacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: TESSER, Carla Regina Sparano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-SP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/190807
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo observar, discutir e compreender as estratégias discursivas que o intérprete educacional (IE) utiliza em sala de aula, do ensino superior, para mediar a aprendizagem do aluno surdo, no que se refere à construção de significados, compreensão e apropriação desses sentidos, uma vez que a aprendizagem desse aluno se constrói a partir da mediação desse profissional. Para alcançar os objetivos propostos, as perguntas de pesquisa que norteiam este trabalho são: a) Como se desenvolve a construção de sentidos pelo intérprete no processo de mediação pedagógica; b) Como se caracterizam as situações de mediação para que os conceitos científicos sejam compreendidos pelo aluno surdo? A pesquisa está fundamentada na teoria sócio-histórico-cultural de Vygotsky (1934/2008); (1934/2007), mais especificamente nos conceitos de mediação, zona de desenvolvimento proximal e na perspectiva verbo-visual na compreensão dialógica da linguagem de Bakhtin (1975/2009); (1975/1997) e Brait (2013). Apresentamos a Lei 10.436/2002, que trata da Língua Brasileira de Sinais (Libras), reconhecida como língua oficial da comunidade Surda brasileira, regulamentada pelo Decreto 5.626/05, que dispõe sobre a Língua de Sinais, e a Lei 10.098/00, que aborda a questão da acessibilidade às pessoas com deficiência em espaços públicos e privados, estabelecendo normas e critérios na promoção da acessibilidade, garantindo a presença do intérprete de Libras nos sistemas educacionais para realizar a interpretação do Português para Libras e vice-versa. Esses movimentos políticos permitiram que os surdos pudessem ingressar com maior frequência no ensino superior. A atuação desse profissional nesse contexto demanda articulações de cunho teórico-prático para que a acessibilidade educacional dos surdos possa acontecer. Em termos metodológicos, optou-se pela pesquisa qualitativa de caráter etnográfico, uma vez que direciona a pesquisadora-intérprete a construir novas percepções sobre o seu trabalho. Em relação à produção de dados, foram gravadas, cinco aulas em áudio e vídeo durante um semestre de um curso de Pós-Graduação de MBA em Desenvolvimento de Aplicações Java - SOA. Os resultados da pesquisa apontam que a mediação do intérprete foi fundamental para propiciar o acesso à comunicação entre o aluno surdo e os ouvintes na sala de aula, através da Libras; além disso, o intérprete se serve da Língua de Sinais para usar estratégias linguístico-discursivas para a construção de sentidos durante o ato interpretativo favorecendo a aprendizagem do aluno surdo.