Entre o estrangeiro-materno: vozes no discurso de professores indígenas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Rosinéa Auxiliadora Pereira dos Santos
Orientador(a): Lourival Novais Néto lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Roraima
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras - PPGL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Link de acesso: http://www.bdtd.ufrr.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=165
Resumo: Entre o estrangeiro-materno: vozes nos discursos de professores indígenas é o resultado de uma pesquisa pautada na investigação do conceito de língua materna e estrangeira em ambiente sociolinguisticamente complexo. O objetivo deste trabalho foi analisar as representações das professoras indígenas em contato com diversas línguas, a fim de compreender as práticas discursivas que envolvem o constructo língua materna e estrangeira. Para tanto, o suporte teórico e metodológico que orientou todos os processos do trabalho foi a Teoria Social do Discurso, que atesta que o discurso é uma prática social que se materializa em três dimensões: o texto, as práticas sociais e as práticas discursivas. De acordo com essa teoria, o discurso não só representa as classes sociais, mas as constitui, colaborando tanto para a reprodução da sociedade como também para transformá-la. O instrumento de coleta de dados foi a entrevista, que é um tipo evento discursivo, onde os sentidos e os posicionamentos são constantemente negociados. As representações sobre língua materna giram em torno de três eixos: a família, a cultura e a ancestralidade, que sustentam práticas discursivas de teor essencialista e que propagam discursos como perda da língua, perda da cultura, desaparecimento do povo. Há ainda no falar das professoras indígenas ecos do discurso político, histórico, religioso, jurídico e pedagógico que foram propagados desde o período da colonização e que ainda permanecem na memória discursivas dos professores indígenas. Língua materna e língua estrangeira são constructos imbrincados, pois suas representações são relacionais, uma vez que são produtos da atitude linguística dos falantes que convivem entre línguas.