Bovinocultura leiteira orgânica no estado do Rio de Janeiro: caracterização, aspectos sanitários e qualidade do leite

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Joice Fátima Moreira lattes
Orientador(a): Sanavria, Argemiro lattes
Banca de defesa: Sanavria, Argemiro, Machado, Rita de Cassia Campbell, Fonseca, Adivaldo Henrique da, Soares, João Paulo Guimarães, Helayel, Michel José sales Abdalla
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14110
Resumo: Objetivou-se caracterizar as sete propriedades leiteiras orgânicas certificadas no estado do Rio de Janeiro quanto à produção, manejo nutricional, manejo sanitário e qualidade do leite. Pretendeu-se, também, realizar um estudo de caso em uma destas fazendas orgânicas estudadas quanto à qualidade do leite e monitoramento da mastite subclínica pela contagem de células somáticas (CCS) individuais. As visitas ocorreram de abril a dezembro de 2019. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas realizadas com os proprietários (ou responsáveis), utilizando-se um questionário semiestruturado. Foram coletadas amostras de leite em seis propriedade (em setembro e dezembro de 2019) do tanque de expansão ou latões para análise dos indicadores de composição, CCS, contagem bacteriana total (CBT) e presença de resíduos de antibióticos no leite. Estas amostras foram analisadas no Laboratório Clínica do Leite (ESALQ/USP), em Piracicaba, SP. Dados retroativos de uma das fazendas estudadas sobre a qualidade do leite do tanque de expansão, no período de dezembro de 2016 a junho de 2019, e análises de CCS individuais de 68 animais, no período de janeiro de 2017 a abril de 2018, foram agrupados e avaliados. Todos os dados foram analisados de forma descritiva, exploratória e com abordagem quantitativa e qualitativa. Os produtores tinham em média 60 anos de idade, 72% eram do gênero masculino e apresentavam ensino superior completo. O tamanho médio das propriedades foi de 149, 5 hectares. A média da produção total diária de leite foi de 194,3 L/dia. O número médio de vacas em lactação foi de 22 animais, com produção média de 8,7 L/vaca ordenhada. Das propriedades, 86% utilizavam a ordenha mecanizada, adotavam a suplementação de volumoso e concentrado para vacas em lactação e apresentavam assistência veterinária; e todas utilizavam a homeopatia para controle das enfermidades. Os principais problemas sanitários relatados foram: ectoparasitos, aborto, verminose e mastite. A média de CCS das propriedades foi de 363 x 103 CS/mL no final do período seco e de 483 x 103 CS/mL no início do período chuvoso. A média de CBT foi de 382 x 103 unidades formadoras de colônia (UFC)/mL e todas as propriedades apresentaram negatividade para resíduos de antibiótico no leite. Em relação aos resultados de CCS individuais do estudo de caso, o percentual de vacas crônicas variou de 14% (julho/2017) a 31% (novembro/2017) e para vacas curadas variou de 0% em (julho/2017) a 36% (abril/2018). Constatou-se um baixo aproveitamento das áreas das propriedades, que poderiam ser melhor utilizadas para a produção de insumos orgânicos e contribuir para a autossuficiência das mesmas. A homeopatia foi a terapia alternativa majoritariamente adotada. Quanto à qualidade do leite, na média as propriedade apresentaram conformidade com a IN nº 76/2018 em todos os parâmetros exigidos, sugerindo que as práticas sanitárias alternativas são eficientes. O monitoramento da mastite subclínica através da CCS individual constitui uma ferramenta que auxilia o produtor nas estratégias de prevenção da doença.