Narrativas de ser e estar mulher velha no tropeirismo de Ibatiba-ES

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Tavares, Vanessa de Medeiros Figueiredo lattes
Orientador(a): Costa, Adriana Alves Fernandes lattes
Banca de defesa: Costa, Adriana Alves Fernandes lattes, Paiva, Fabrícia Vellasquez lattes, Costa, Norma Cristina Vieira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação Agrícola
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/17642
Resumo: Este estudo abordou o tema das narrativas de ser e estar mulher velha no Tropeirismo de Ibatiba/Espírito Santo, tendo como objetivo principal identificar e analisar as histórias das mulheres envolvidas no movimento tropeiro do referido município. As três mulheres entrevistadas foram selecionadas, pelos critérios etnográfico e etário, sendo mulheres esposas, irmãs e filhas dos homens tropeiros do município de Ibatiba com idade superior a 70 (setenta) anos, além da escolha conforme a intencionalidade da pesquisa em conhecer as narrativas de mulheres que estavam envolvidas, de alguma maneira, com o movimento tropeiro. Nas transcrições e divulgação dos resultados, foram respeitados a confidencialidade e anonimato por meio dos codinomes de flores que transmitem e transcendem características femininas de doçura e força. Como instrumento de produção de dados trabalhamos com entrevistas biográficas semiestruturadas virtuais e, para analisar tais narrativas, utilizamos os dispositivos de análise dos núcleos de significação. As fotografias do acervo pessoal das entrevistadas foram utilizadas conforme elas foram selecionando-as como recurso de memória. Os resultados da investigação apontaram para a formação de 04 (quatro) núcleos de significação com respectivos 23 (vinte e três) subnúcleos capazes de representar as multifacetas das mulheres velhas e da pluralidade de relações que compõem suas narrativas: As imposições sociais regem e direcionam as mulheres para a maternidade, o casamento, ao trabalho doméstico e rural e a submissão incondicional aos pais e maridos; O trabalho, por sua vez, constitui e concebe a mulher enquanto força produtiva, progressista e de união; A vida pessoal da mulher velha abarca as relações consigo própria, com a sociedade, a família e com outras mulheres velhas, seus medos, frustrações, sonhos, traumas, perdas e momentos capazes de arrancar-lhes sorrisos e lágrimas; e, por fim, a percepção delas sobre sua relação com o movimento tropeiro e seu legado. As narrativas que constituem essas mulheres tratam de gênero, de classe social, de relação familiar, de cotidiano, e perpassam a história da cidade onde residem. Também contribuem para a formação e desenvolvimento da atividade tropeira, perfazendo a pluralidade de versões da história sobre o movimento tropeiro na cidade de Ibatiba.