Quimiotaxonomia de insetos necrófagos Calliphoridae, Muscidae, Sarcophagidae e Stratiomyidae (Diptera) de potencial forense utilizando perfis de hidrocarbonetos cuticulares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Barbosa, Rodrigo Rocha lattes
Orientador(a): Queiroz, Margareth Maria de Carvalho lattes
Banca de defesa: Nunes, Antônio José Mayhé, Costa, Janyra Oliveira, Thyssen, Patrícia Jaqueline, Mello, Rubens Pinto de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9162
Resumo: A quimiotaxonomia baseada em perfis de hidrocarbonetos cuticulares (HCs) é uma ferramenta taxonômica que tem sido utilizada em insetos desde a década de 70 e sua utilização é baseada em sua espécie-especificidade. Em Diptera, estudos importantes têm sido publicados demonstrando que HCs podem ser utilizados em quimiotaxonomia, sendo úteis inclusive para distinção de espécies crípticas. A família Sarcophagidae possui espécies de importância forense, que são pioneiras na degradação cadavérica e aquelas dos gêneros Peckia Robineau-Desvoidy, 1830 e Oxysarcodexia Townsend, 1917 são encontradas frequentemente em carcaças de animais e cadáveres humanos. Este estudo teve como objetivo descrever, através da cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-EM), os perfis dos HCs dos adultos de nove espécies de Sarcophagidae, considerando o sexo e a distribuição geográfica, além de comparar os perfis resultantes com os de outras espécies das famílias Calliphoridae, Muscidae e Stratiomyidae. As extrações dos HCs foram feitas em triplicata usando dez fêmeas e/ou dez machos para cada espécie coletadas em campo. A metodologia de extração e análise seguiu os protocolos anteriormente descritos. Utilizamos o CG-EM do Setor de Agrotóxico do Laboratório de Toxicologia da Fundação Oswaldo Cruz. Foram identificados apenas os HCs com comprimento de cadeia entre 21 e 40 carbonos, por serem os mais comumente encontrados nos insetos. A abundância relativa de cada pico foi obtida calculando sua área em relação à área total da amostra, sendo identificados apenas aqueles representando mais de 0,5%. Ao todo foram identificados 213 compostos classificados como n-alcanos, alcanos metil-ramificados e alcenos entre 22 e 39 carbonos na cadeia principal (CCP). Nos Sarcophagidae foram identificados 164 compostos variando entre 22 e 39 CCP e cada espécie apresentou um número diferente de HCs identificados. Oxysarcodexia thornax foi a espécie com maior quantidade de HCs identificados (48 compostos), contrastando com Peckia (Squamatodes) ingens que teve a menor (26 compostos). Todas as espécies de Sarcophagidae mostraram HCs específicos, como Malacophagomyia filamenta que foi a única que apresentou trimetilalcanos em sua composição, além de ser a com maior quantidade de HCs específicos (14), enquanto que Oxysarcodexia intona apresentou a menor quantidade deles (2). Algumas espécies apresentaram dimorfismo sexual, exemplificado por Ravinia belforti, cujos machos obtiveram 41 HCs com mais de 0,5% de abundância e as fêmeas 32. As populações de O. thornax de diferentes regiões do Brasil apresentaram cromatogramas semelhantes, mas, como esperado, houve oscilações nas abundâncias do HCs compartilhados e alguns poucos específicos por população. Os dois dendrogramas gerados para avaliar a similaridade entre os perfis de HCs das espécies resultaram em diferentes relações. Com a inclusão dos n-alcanos, o dendrograma mostrou boa correlação entre as espécies de Sarcophagidae, mas não entre os Calliphoridae e os Muscidae. No entanto, ao excluir os n-alcanos da análise, as espécies de Sarcophagidae continuaram com boa correlação, as de Calliphoridae e Muscidae ficaram melhor correlacionadas e Stratiomyidae, como esperado, se apresentou como a espécie mais dissimilar. Os resultados se mostraram promissores na utilização desta técnica na identificação de espécies de Sarcophagidae e de outras famílias de importância forense, bem como tornou possível a montagem de um banco de dados com informações acerca da quimiotaxonomia dessas espécies.