Efeito da cafeína no desenvolvimento de Chrysomya megacephala (Diptera: Calliphoridae), mosca-varejeira de importância forense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Calderan, Felipe Lissoni
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214576
Resumo: A Entomologia Forense é a ciência que estuda insetos e outros artrópodes encontrados em cenas criminais, para auxiliar nas investigações. As moscas-varejeiras, principalmente as da espécie Chrysomya megacephala, são um dos insetos mais estudados na Entomologia Forense, pois estão entre os primeiros indivíduos a localizar e colonizar um corpo em decomposição. Dentro dessa ciência há uma vertente, a Entomotoxicologia Forense, que tem como foco a análise de substâncias encontradas nos insetos, pois como se alimentam de corpos em decomposição, podem acabar ingerindo pequenas quantidades dessas substâncias, caso a pessoa tenha consumido antes da morte, funcionando assim como uma matriz forense indireta. A cafeína foi a substância escolhida para o presente estudo, pois é a droga lícita mais consumida no mundo, devido, principalmente ao fato de ser um estimulante, além de aparecer na composição de muitos fármacos. Dentro da área forense, é comum o uso de técnicas toxicológicas, como o HPLC (Cromatografia Líquida de Alta Eficiência) e a Cromatografia Gasosa, para identificação e quantificação de substâncias em cadáveres e no meio ambiente. No caso da Entomotoxicologia, essas análises ocorrem nos insetos recolhidos no local do crime. Com isso, os objetivos desse trabalho foram: analisar o efeito da cafeína no ciclo de desenvolvimento de C. megacephala; e fazer a quantificação dessa substância ao longo do ciclo de vida, em todos os estágios do desenvolvimento, utilizando o HPLC. As larvas foram divididas em 5 grupos, com 250 larvas cada, e foram expostas às concentrações: 0,0000; 0,0075g; 0,0150g; 0,0300g e 0,0600g. Para analisar o efeito da cafeína, as larvas foram pesadas de 8 em 8 horas, do momento que começaram a eclodir dos ovos, até o momento em que foram colocadas para empupar. O tempo de pupação foi medido até o momento que os indivíduos adultos emergiram. Foi analisada também a sobrevivência dos adultos. Para isso, foram elaboradas tabelas de vida e a partir destas, foram calculados os valores de entropia em demografia, para cada concentração. Para fazer as análises em HPLC, amostras de larvas, pupas e adultos foram retiradas ao longo do experimento e passaram pela técnica. Os resultados obtidos mostraram que a cafeína afetou: o peso das larvas, com destaque para as que estavam na maior concentração, que apresentaram um peso menor do que as demais; o tempo de desenvolvimento dessa espécie, sendo que na maior concentração, foi mais lento quando comparado ao controle; e a sobrevivência dos adultos, principalmente a das fêmeas, sendo que elas morreram um pouco mais cedo do que os machos. Em relação às corridas em HPLC, o método se mostrou eficaz para detecção de cafeína na espécie, contudo, na maioria dos resultados não foi detectada a substância ao longo dos estágios de desenvolvimento. No âmbito forense, os resultados são importantes, uma vez que a substância escolhida interferiu no tempo de desenvolvimento, e qualquer interferência no tempo, pode interferir no cálculo do intervalo pós-morte (IPM), principal auxílio da Entomologia em investigações criminais.