Diversidade e potencial forense de dípteros necrófagos (Faniidae, Muscidae e Sarcophagidae) em ambientes litorâneos de Pernambuco sob diferentes graus de antropização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: BARBOSA, Taciano de Moura
Orientador(a): VASCONCELOS, Simão Dias
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16476
Resumo: Estudos sobre dípteros necrófagos no Brasil têm revelado uma elevada riqueza de espécies associadas à decomposição de carcaças e cadáveres. Entretanto, apesar da extensão região litorânea do Brasil, inventários faunísticos nesses ambientes são negligenciados, bem como a avaliação do potencial de moscas necrófagas como indicadoras de local de morte – uma importante faceta da Entomologia. Este estudo objetivou analisar a diversidade e o potencial forense dos dípteros das famílias Fanniidae, Muscidae e Sarcophagidae em ambientes litorâneos do estado de Pernambuco sob diferentes graus de influência antrópica. As coletas foram realizadas entre julho de 2012 a agosto de 2013 em seis praias, sendo duas expostas a cada nível de impacto humano. As praias selecionadas foram: Pau Amarelo, Piedade (alta antropização), Itamaracá, Serrambi (média antropização), Carne de Vaca e Tamandaré (baixa antropização). Armadilhas suspensas iscadas com 150 g de fígado de frango ou sardinha foram mantidas em campo por 48 horas em cada expedição de coleta. Foram capturados 6.521 adultos pertencentes a 41 espécies. Sarcophagidae foi a família mais abundante com 53,5% dos indivíduos, seguida por Muscidae (36,0%) e Fanniidae 13,6%. Atherigona orientalis, Peckia (Peckia) chrysostoma e Fannia pusio foram as espécies mais abundantes de cada família no litoral de Pernambuco. Houve ainda o registro de espécies com potencial forense e sanitário, por causar danos à saúde de animais e de humanos ou auxiliar em questões legais, por exemplo, Musca domestica, Synthesiomyia nudiseta, Sarcodexia lambens e Fannia canicularis. Destaca-se a alta riqueza de sarcofagídeos, com 26 espécies, das quais cinco constituem novos registros para o Nordeste, além do primeiro registro de Peckia (Peckia) villegasi para o Brasil. Em relação ao nível de antropização, praias com menores níveis de ação antrópica concentraram 42,6% dos espécimes. Observou-se um alto número de espécies consideradas sinantrópicas, por exemplo, M. domestica, P. chrysostoma, Ophyra chalcogaster, O. aenescens e F. pusio. As contribuições do estudo fortalecem o conhecimento sobre a riqueza e distribuição de dípteros necrófagos na Região Neotropical e fornecem perspectivas para utilização desse grupo como bioindicadoras da qualidade ambiental.