“Porque o funk está preso na gaiola” (?): A criminalização do funk carioca nas páginas do Jornal do Brasil (1990-1999)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Bragança, Juliana da Silva lattes
Orientador(a): Nascimento, Álvaro Pereira do
Banca de defesa: Nascimento, Álvaro Pereira do, Barros, José Costa D'Assunção, Amaral, Adriana Facina Gurgel do
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13971
Resumo: Tendo em vista a perseguição contra o funk carioca, desenvolvida ao longo da década de 1990 (e intensificada nos anos 2000), esta dissertação teve como objetivo principal encontrar explicações para a criminalização do movimento funk carioca. Nesse sentido, foram utilizados, em termos de fontes, canções lançadas ao longo desta década, leis e projetos de leis que se destinavam especificamente ao funk e, principalmente, os conteúdos presentes no Jornal do Brasil, neste mesmo período, que tinham como tema principal o funk carioca. A análise das fontes selecionadas permitiu concluir que a perseguição levada a cabo pelo poder público contra as manifestações do funk carioca (sobretudo os bailes funk) eram fruto da perseguição contra os adeptos do movimento, ou seja, contra os funkeiros, em sua maioria jovens negros, pobres e favelados. Nesse sentido, a ocorrência dos arrastões em outubro de 1992 marcam a história do movimento funk, uma vez que os funkeiros suburbanos foram apontados como os principais culpados pelos arrastões que ocorreram nas praias da Zona Sul. A partir desta culpabilização, fora construída sobre os funkeiros pela grande mídia uma imagem estigmatizada que os reduziu a sujeitos violentos, perigosos e criminosos em potencial. Isto ficou comprovado no fato de a maioria absoluta das ocorrências sobre o funk carioca no Jornal do Brasil ter apresentado o funk e os funkeiros de forma negativa. Percebemos, portanto, que a criminalização do funk na década de 1990 esteve calcada, em grande medida, no racismo e nos preconceitos de origem social contra os jovens negros, pobres e favelados, que representavam a grande massa produtora e consumidora do funk.