Dinâmica da serapilheira em um trecho de floresta atlântica secundária em área urbana do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Abreu, José Raimundo Silvado Pinto de lattes
Orientador(a): Oliveira, Rogério Ribeiro de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
Departamento: Instituto de Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11224
Resumo: Muitos estudos de dinâmica de serapilheira foram realizados em áreas de Mata Atlântica com diferentes históricos de uso e atualmente protegidas por unidades de conservação. O presente estudo foi realizado num remanescente localizado na bacia hidrográfica do Rio Caçambe, pertencente à Floresta do Camorim, vertente sul do Maciço da Pedra Branca, zona oeste do município do Rio de Janeiro. A floresta sofreu corte raso para a produção de carvão e uso agrícola na década de 1940-50. Para conhecer a influência do clima e do uso pretérito sobre a dinâmica da serapilheira foram distribuídos ao todo 24 coletores em duas áreas amostrais: fundo de vale e divisor de drenagem, e utilizados dados de temperatura e pluviosidade de duas estações climatológicas próximas à área de estudo. Foram realizadas coletas quinzenais de serapilheira e quadrimestrais de estoque de serapilheira sobre o solo durante três anos. A produção de serapilheira no fundo de vale foi de 9,5 Mg.ha-1.ano-1, 9,7 Mg.ha-1.ano-1 e 10,5 Mg.ha-1.ano-1 nos três anos de monitoramento. No divisor de drenagem a produção foi de 11,3 Mg.ha-1.ano-1, 10,4 Mg.ha-1. ano-1 e 12,9 Mg.ha-1. ano-1. A produção do divisor de drenagem, no terceiro ano, foi a mais alta já reportada para remanescentes de Mata Atlântica. Não foi detectada diferença estatisticamente significativa entre as produções totais de serapilheira das duas áreas e entre os três anos de monitoramento. Somente para as frações folhas e elementos reprodutivos foi detectada diferença significativa entre as produções das duas áreas amostrais, com vantagem para o divisor de drenagem. E, somente para a fração elementos reprodutivos foi detectada diferença entre a produção dos três anos, sendo a produção maior no primeiro ano e menor no segundo ano. As participações percentuais médias das frações de serapilheira no fundo de vale foram: folhas (62%), galhos (30%), elementos reprodutivos (5%) e resíduos (3%). No divisor de drenagem foram: folhas (69%), galhos (20%), elementos reprodutivos (7%) e resíduos (3%). Não foi observada diferencia estatística entre o estoque médio de serapilheira no fundo de vale (4,3 Mg.ha-1 ) e no divisor de drenagem (4,6 Mg.ha-1). Os coeficientes de decomposição médios (k) foram 2,33 no fundo de vale e 2,53 no divisor de drenagem. A alta produção de serapilheira registrada no presente monitoramento foi considerada uma resultante do estágio sucessional da Floresta do Camorim. A produção recorde de serapilheira assim como as altas taxas de decomposição observadas no divisor de drenagem são resultantes da interação de diversos fatores que não puderam ser todos elucidados pelo presente estudo. Podemos apontar a precipitação acima da média histórica registrada no primeiro e terceiro ano de monitoramento como um dos fatores preponderantes.