Cultura e sustentabilidade: a sociedade potiguara e um novo mal-estar na civilização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Andrade, Antonio Ricardo Pereira de lattes
Orientador(a): Alimonda, Héctor Alberto lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9531
Resumo: Investiga as relações entre cultura, tradição e sustentabilidade no território dos índios potiguara na Paraíba, partindo de estudos anteriores ali realizados sobre a questão ambiental, de observações etnográficas gerais e especificamente da análise de histórias de vida de nativos potiguara. As análises extrapolam, quando necessário, o eixo local para realizar uma síntese paralela da evolução histórica da civilização ocidental, sob o ponto de vista da temática em apreço, e das condições globais na atualidade, que parecem manifestar, numa outra dimensão, os mesmos problemas vivenciados na micro-região de influência dos índios potiguara. As reflexões envolvem mais detidamente os conceitos de culturas populares x cultura hegemônica propostos por García Canclini, o conceito de populações tradicionais tal como proposto por Diegues, a noção de desenvolvimento sustentável sugerida pela Comissão Mundial (da ONU) sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Envolve também, o debate entre fronteiras étnicas e identidade, atualizado recentemente por Fredrik Barth, embora embrionário no pensamento sócio-antropológico e psicossocial tal como revelam as abordagens de Marx e Freud. Tais abordagens confluem, respectivamente, a partir do caminho das disputas econômicas e territoriais e do caminho da economia das pulsões instintivas inatas e seus padrões específicos de acomodação para justificar as diversas etapas do processo civilizatório. Nesta mesma linha debate-se a abordagem de Norbert Elias que, de alguma forma, tenta recolocar o problema das fronteiras étnicas no âmbito meramente cultural, das disputas simbólicas. Em síntese, concluímos por apreciar uma extraordinária, embora não tão surpreendente, semelhança entre as condições centrais e os problemas derivados da atual e efervescente sociedade potiguara na busca de sua paradoxal utopia civilizatória/tradicional e o que poderíamos chamar, retomando os arroubos sóciopsicológicos da maturidade freudiana, de um novo e contundente mal estar na civilização global.