Amigos e competidores: política faccional e feitiçaria nos Potiguara da Paraíba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Vieira, José Glebson
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-24082010-143944/
Resumo: Esta tese apresenta uma investigação sobre a política potiguara e consiste no exame da constituição de posições diferenciadas como chefia e liderança e a política faccional. O eixo de abordagem adotado centra-se no papel da amizade, da camaradagem, da feitiçaria e da guerra de acusações nos processos sociopolíticos e no jogo político e faccional de englobamento das \" parentagens \" pelas \"turmas\". Ela está estruturada em três níveis de análise: o primeiro, focaliza a produção do parentesco e os regimes de territorialidade, com o objetivo de compreender a construção nativa sobre história e parentesco e as formas de uso do espaço pelos Potiguara, bem como a gestão das relações entre si e entre os outros. O segundo nível aprecia as formulações nativas acerca do idioma da mistura e o tema da civilização no enunciado potiguara sobre a temporalidade, pela análise do Censo Indígena de 2006, a fim de entender a \"etnosociologia\" nativa e, por conseguinte, os gradientes de classificação das relações com a alteridade. E o terceiro nível observa a construção da política partindo das concepções nativas de \"ser chefe\" e \"ser líder\" e tem como intenção delinear as elaborações acerca da ação e da representação política. Considerando os contextos de produção de chefes e líderes e das disputas faccionais, a compreensão da política, aqui proposta, explicita: o investimento na figura da unidade composta pela chefia que supõe o estabelecimento do domínio político e a definição da pessoa do chefe, como sujeito diferenciado, pelo acúmulo, potencialização e canalização das subjetividades, apropriação de relações, pessoas, bens e recursos do exterior; e o movimento de fazer e desfazer grupos, cuja ação política - do líder - tenta introduzir a multiplicidade e a heterogeneidade e revela a tendência a não-fixidez, a segmentaridade e a inclusão dos não-humanos, por meio da feitiçaria ou do catimbó, na vida social e na política entre humanos.