Afro-brasileiros egressos do sistema de cotas da UERJ e sucesso profissional: algumas experiências

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Lima, Marluce de Souza Oliveira lattes
Orientador(a): Siss, Ahyas lattes
Banca de defesa: Siss, Ahyas, Oliveira, Otair Fernandes de, Sobreira, Henrique Garcia
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
Departamento: Instituto de Educação
Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13004
Resumo: Esta pesquisa surgiu a partir do interesse da pesquisadora em conhecer o maior, ou menor, impacto que as políticas de ação afirmativa, na modalidade de cotas étnico-raciais exercem nos processos de mobilidade social ascendente de alguns Afro-brasileiros egressos do sistema de cotas. Foram analisados aspectos que envolviam a educação oferecida aos negros recém libertos, tal como a urgência em se estabelecer um padrão racial brasileiro através do branqueamento. São abordadas experiências na aplicação de cotas no Brasil e no mundo e suas respectivas motivações, como também o exame de um diploma legal que estabelece a exigência de cotas nas instituições federais de ensino. A pesquisa possui viés qualitativo, porém foram utilizados recursos quantitativos inerentes a participação dos Afro-brasileiros no mercado de trabalho, e que fortemente se destaca a posição subalternizada da mulher negra nas profissões tidas por “menor prestígio social”. Encontramos em Bourdieu (2007) embasamento necessário para a tese da extratificação dos saberes escolares, segundo o qual, o sistema escolar estabelece a hierarquia entre as disciplinas ou matérias de ensino, que vão das disciplinas “mais” valorizadas, até as disciplinas “menos” valorizadas, com semelhante raciocínio empregado a classificação das carreiras. Foi adotada como procedimento metodológico a aplicação de entrevistas, utilizando-se um questionário semi-estruturado aos egressos da UERJ por cotas étnico-raciais, composto por quatro mulheres e dois homens, residentes do Estado do Rio de Janeiro, divididos em dois grupos de três sujeitos, pelos quais foram subdivididos pelo critério das carreiras de “maior e menor prestígio social”, seguindo a modalidade de análise crítica do discurso, fundamentada em Iñiguez (2004). Ressalta-se que a análise do material coletado no campo foi feito com base no referencial teórico essencial para a pesquisa, bem como outros acadêmicos como suporte. Demonstrou-se que as cotas étnicoraciais, como medida de acesso ao ensino superior público, são mais do que um dos exemplos de políticas públicas oferecidas pelo Estado. Tal ação representa uma quebra no contrato do silêncio representado por todos esses anos de ausência de Afro-brasileiros nos espaços de poder.