Levantamento fitossociológico e manejo de plantas daninhas em trecho de malha ferroviária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Ester Fonseca da lattes
Orientador(a): Machado, Aroldo Ferreira Lopes
Banca de defesa: Borella, Junior, Machado, Miler Soares
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
APP
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13726
Resumo: Por décadas, plantas daninhas vêm sendo controladas quimicamente em malhas ferroviárias, sendo este o método mais adequado para o controle em áreas extensas. As estratégias de controle de plantas daninhas devem levar em consideração fatores bióticos, como a composição da comunidade vegetal presente na área, e fatores abióticos, derivadas de aspectos físicos, químicos ou físico-químicos do meio ambiente como topografia, clima e características morfofisiológicas do solo como textura, estrutura, porosidade, etc. A eficiência de controle químico, principal método utilizado em linhas ferroviárias, tem sido questionada frente à tolerância e possível resistência de alguns biótipos de determinadas espécies ao herbicida mais utilizado, o glifosato. O objetivo deste trabalho foi realizar o levantamento fitossociológico de plantas daninhas em um trecho de malha ferroviária no bioma mata atlântica e avaliar a eficiência do herbicida glifosato no controle de plantas daninhas e em solo de área de preservação permanente. Para isso, foi realizado levantamento fitossociológico em um trecho de 130 km ao longo de malha ferroviária, separado em subáreas de Mangue, Floresta e Área Urbana, onde foram feitas coletas em 10 pontos por ambiente, em triplicata (centro da linha principal e laterais), somando 30 unidades amostrais para cada área. Foi utilizado um quadrado de 0,5 m de lado, arremessado ao acaso em cada ponto para amostragem de plantas, que colhidas foram separadas por espécie e contabilizadas. Em seguida as espécies foram agrupadas por família e foram calculados os índices fitossociológicos densidade, frequência, similaridade de espécies entre áreas e diversidade. Um ensaio sobre a eficiência de controle e do comportamento de glifosato no solo, foi feito com testes in situ onde foram observados os efeitos de quatro doses: ; 1.440 g.ha-1, 2.160 g.ha-1, 2.880 g.ha-1 (dose comercial) e 5.760 g.ha-1 mais uma testemunha sem herbicida e o uso de adjuvante comparando-se diferentes produtos comerciais de glifosato: Roundup NA® (4,5 L p.c. ha-1), Roundup WG® (2,3 Kg p.c. ha-1) e Pilarsato® (4,5 L p.c. ha-1); E em adição, foram realizados testes de potencial de lixiviação em casa de vegetação, utilizando-se solos de dois ambientes de Área de Preservação Permanente (Floresta e mangue). Esse experimento consistiu de aplicação do Glifosato, em coluna vertical de PVC contendo solo das diferentes áreas. As doses foram: 1.440 gha-1 de i.a, 2.160g i.a ha-1, 2.880g i.a ha-1 (dose comercial) e 5.760g i.a ha-1 mais uma testemunha sem herbicida. A aplicação do herbicida foi realizada no topo das colunas, seguida simulação de precipitação de 20 mm h-1. Após 7 dias de tratamento, os tubos foram seccionados e colocados horizontalmente para receber sementes de Cucumis sativa, pepino, bioindicadora sensível ao herbicida. Após 15 e 30 dias, avaliações visuais da fitotoxicidade foram realizadas no bioindicador e a fluorescência da clorofila a foi avaliada para obter informações detalhadas sobre a eficiência fotossintética das plantas de pepino. Além disso, amostras de solo foram submetidas a cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) para análise de resíduos. Não foi verificado resíduos de glifosato nos solos em estudo tanto no ensaio com bioindicadoras independente da metodologia utilizadas e químico. O levantamento fitossociológico indicou similaridade na composição florística entre as áreas de Mangue e Área Urbana, com maior infestação de plantas daninhas na área de mangue, e a área de floresta apresentou maior riqueza de espécies, sendo as famílias botânicas Poaceae e Asteraceae as mais representativas em todo estudo. Os testes de campo indicaram que não houve diferença no controle de plantas daninhas em função das doses de glifosato testadas, com ou sem adjuvante, sendo o controle efetivo aos 60 dias, levando-se em consideração a reinfestação de plantas daninhas, reduzido para todas as doses. Nos testes de casa de vegetação não se verificou lixiviação ou residual do herbicida glifosato. Conclui-se que táticas de manejo a serem adotadas devem levar em consideração características da composição vegetal de cada subárea, buscando melhor resultado de controle, sendo o herbicida glifosato satisfatório no controle de plantas invasoras, nas doses testadas independente do uso de adjuvante, necessitando reaplicação em 60 dias, e que este herbicida não ofereceu nesse estudo risco de poluição à aguas subterrâneas em amostras de solo provenientes de áreas de APP.