Caracterização química de cascalhos de perfuração de poços de petróleo e seus efeitos em plantas e nas bases trocáveis do solo. 2013.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Freitas, Fábio Cardoso de lattes
Orientador(a): Zonta, Everaldo lattes
Banca de defesa: Silva, Eliane Maria Ribeiro da, Coelho, Irene da Silva, Seabra, Paulo Negrais Carneiro, Portz, Adriano
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Ciência do Solo
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9080
Resumo: Os cascalhos de perfuração são, em sua essência, rochas trituradas oriundas das formações geológicas onde se faz prospecção de poços de petróleo. De granulometria fina, o cascalho chega à superfície, impregnado de fluido de perfuração. Dependendo do equipamento de recuperação de fluido, utilizado na sonda de perfuração, o teor deste, no cascalho gerado fica em torno de 2 a 3%. As questões que envolvem seu tratamento e possível uso na agricultura estão associadas ao levantamento dos tipos de solos da região, bem como seus teores naturais de metais para que se possa inferir se estes elementos estão mais associados à rocha do que ao fluido. Outra questão fundamental é o real efeito das n-parafinas (que compõe o fluido base não aquosa) e, principalmente o Na (usado também na composição dos fluidos), no crescimento de plantas e nas bases trocáveis do solo. Para avaliar todas essas questões foi preciso identificar, separar e coletar esse material no campo, separando-o por fase de perfuração, fluido utilizado, material geológico atravessado, e, principalmente equipamento de recuperação do fluido. Então dois poços de petróleo, em terra, foram acompanhados, e, um inédito método de coleta, foi proposto para que se assemelhasse ao máximo com uma coleta de solo e, a partir daí, caracterizações químicas foram feitas para verificar, à luz da legislação pertinente e em vigor no país, seus reais constituintes e possíveis contaminantes. Os resultados mostraram que o cascalho coletado, nos dois poços, deve ser classificado como Resíduo Classe II A (Não Perigoso e Não Inerte), conforme a ABNT/NBR-10004:2004 e que, apesar de se enquadrarem como Classe II A, existe uma clara diferenciação desses resíduos, quando ocorre segregação entre os distintos aparelhos de recuperação do fluido. Os resultados mostraram também que havia na constituição dos materiais, elementos que poderiam ser essenciais ao crescimento vegetal, tais como Ca e Mg. Assim, para verificar a velocidade de mineralização dos constituintes orgânicos do cascalho, um ensaio foi proposto, em conjunto com um resíduo orgânico e a evolução de CO2, mensurada durante 31 dias. Os resultados mostraram que a mineralização ocorreu em pouco mais de 30 dias e foi diretamente proporcional a maior dose do resíduo orgânico aplicado. Depois dessa fase, ensaios preliminares com espécies oleaginosas foram propostos e os resultados indicaram que, para o cultivo de oleaginosas em vasos, as doses adotadas estavam no limite do tolerável para ambas as espécies avaliadas e que aquelas crescidas nos substratos que continham a menor dose (16 t.ha-1), foram as mais responsivas no ganho de massa seca e nos teores de nutrientes. Diante da necessidade de avaliar o acúmulo de sais de sódio em plantas e os efeitos nas bases trocáveis do solo, ensaios com girassóis e cevada foram feitos também em casa de vegetação. Ficou clara, nesse estudo, a contribuição do cascalho, na soma de bases dos substratos avaliados. Por último, para avaliar a relação entre a degradação das cadeias de hidrocarbonetos e a presença de sódio disponível, um rápido ensaio foi idealizado. Os resultados deste ensaio mostraram que a degradação dos hidrocarbonetos de petróleo ocorreu de forma mais rápida quando havia combinação dos resíduos (cascalho e resíduo orgânico), logo foi 3339possível inferir que ocorreram incrementos nos teores de sódio disponível, no meio, ao longo da incubação.