Alterações imunológicas e histopatológicas em Biomphalaria glabrata SAY, 1818 (pulmonata: Planorbidae) infectada por Schistosoma mansoni Sambon, 1907 (Trematoda: Schistosomatidae) e exposta a concentração subletal do látex de Euphorbia milii (syn splendens) var. hislopii (Euphorbiaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Trevisano, Gabriela Friani Vieira lattes
Orientador(a): Gôlo, Patrícia Silva
Banca de defesa: Gôlo, Patrícia Silva, Rodrigues, Maria de Lurdes de Azevedo, Costa, Maria Júlia Faro dos Santos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11807
Resumo: No Brasil a esquistossomose mansônica acomete cerca de sete milhões de pessoas e 25 milhões estão sob risco contrair a doença. Uma das medidas de controle da esquistossomose é o uso de moluscicidas, dentre os naturais testados, o látex de Euphorbia milii var. hislopii apresentou-se como potencial moluscicida em baixas concentrações, enquadrando-se nos critérios da OMS. Este trabalho tem por objetivo verificar as alterações imunológicas e teciduais provocadas pela exposição à concentração subletal do látex de E. milii por 24 horas em Biomphalaria glabrata infectada por Schistosoma mansoni. As analises foram feitas em quatro grupos de moluscos: infectado por S. mansoni e exposto ao látex (IE), não infectado e exposto ao látex (E), apenas infectado (I) e controle - sem infecção e exposição (C). As alterações imunológicas foram analisadas individualmente em 10 moluscos de cada grupo, através da quantificação e tipagem de hemócitos e produção de óxido nítrico. Em relação à histologia, cinco moluscos de cada grupo foram separados para a análise, através de cortes longitudinais. Os resultados relacionados a contagem de hemócitos foram: o grupo I apresentou menor quantidade de hemócitos, e o grupo IE a maior. Os grupos E e C não apresentaram diferença significativa. Foram encontrados três tipos de hemócitos: hialinócitos, granulócitos e células blásticas. Em todos os grupos a proporção hialinócitos foi superior, C (59,8%), E (47,5%), I (45,7%), IE (41,3%). Nos grupos E (28,4%), I (36,8%) e IE (31,7%) o segundo maior tipo de hemócitos foi granulócitos, seguido por células blásticas em menor proporção. No grupo C as células blásticas representaram 27,5%, seguido dos granulócitos 12,5%. Não houve diferença significativa entre os tipos celulares e os diferentes grupos analisados em 24 horas. Comparando os tipos de hemócitos em cada grupo, observamos diferença significativa entre o número de células do tipo hialinócitos e blásticas tanto nos grupos controle, como dos infectados. Com relação a produção de óxido nítrico (NO), os moluscos do grupo C apresentaram uma quantidade superior comparado aos demais. Não houve diferença na produção NO comparando o grupo IE, com os grupos E e I. O grupo E apresentou uma redução em comparação com o grupo I. A exposição ao látex promoveu no grupo IE, intensa proliferação de hemócitos no tentáculo, manto, mufla, glândula digestiva, rim e ovotestes. Na glândula digestiva e no rim foram observadas reações granulomatosas em torno dos esporocistos, característica de moluscos refratários à infecção. No manto, foi observado destruição tecidual com esporocistos mortos. No grupo E também houve proliferação hemocitária no rim e na glândula digestiva, além de edemas na região do manto.Conclui-se que a concentração subletal do látex de E. milii influenciou a resposta imune celular de uma linhagem suscetível de B. glabrata a infecção por S. mansoni, levando a destruição dos parasitos no tecido como observado em linhagens de moluscos resistentes a infecção.