Desenvolvimento de um produto moluscicida do látex extraído de Euphorbia milii var. hislopii para aplicação no controle da esquistossomose mansoni

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Andrade, Cynthia de Paula
Orientador(a): Schall, Virgínia Torres, Coelho, Paulo Marcos Zech
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/40145
Resumo: O uso de moluscicida é uma das medidas de controle da transmissão do parasito Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose mansoni, que atua na eliminação de seus hospedeiros intermediários, caramujos do gênero Biomphalaria. No Brasil, as espécies Biomphalaria glabrata, Biomphalaria tenagophila e Biomphalaria straminea são encontradas naturalmente infectadas, mantendo a transmissão do parasito. O látex de Euphorbia milii tem mostrado bons resultados como moluscicida natural contra espécies de Biomphalaria. Dessa forma, o objetivo principal deste trabalho foi desenvolver um kit protótipo de moluscicida a base do látex de E. milii. Para isso, o cultivo de E. milii foi aprimorado visando a produção em maior escala. Após a coleta, o látex foi processado, aliquotado e liofilizado. O produto liofilizado foi reidratado com duas soluções aquosas (“Diluente” 1 e “Diluente” 2) definidas neste estudo. Após a prova de conceito, um kit protótipo foi produzido e denominado de MoluSchall, em homenagem à Drª Virgínia Torres Schall. O produto foi testado, em triplicata, nas diluições de 1; 2; 4; 8 e 12 μL/L de água contra B. glabrata, B. tenagophila e B. straminea, com o objetivo de determinar a diluição letal para 100% (DL100) dos caramujos de cada espécie. Testes com B. glabrata infectadas com S. mansoni também foram realizados nas mesmas diluições. A estabilidade do produto foi avaliada, a cada dois meses, pela atividade moluscicida de protótipos armazenados em temperaturas de 2–8°C (geladeira), 22–26°C (ambiente) e 37°C (estufa). Alevinos de Danio rerio (Zebrafish) foram submetidos às diluições de 8; 16; 32; 64 e 128 μL/L de meio E2 para avaliação da toxicidade do produto. O produto também foi avaliado em condições semi-naturais contra B. glabrata em tanques, tratados com o moluscicida nas diluições de 8 e 12 μL/L. As DLs100 encontradas para os caramujos foram de 4μL/L para B. tenagophila e 8 μL/L para B. glabrata e B. straminea. Já no teste toxicológico, as diluições 8 e 16 μL/L não foram letais para D. rerio. Com relação ao teste de estabilidade, o produto manteve-se estável durante 24 meses, independente da temperatura de armazenamento. Nos tanques, foi observado 100% de mortalidade de B. glabrata expostas às diluições de 8 e 12 μL/L, resultado similar ao encontrado nos testes de laboratório. O MoluSchall foi eficaz na mortalidade das três espécies de Biomphalaria, com baixa toxicidade para D. rerio e estabilidade por um período de 24 meses. A DL100 definida em laboratório para B. glabrata se manteve quando o produto foi usado em condições semi-naturais. Assim, cada kit protótipo permite tratar 12.500 litros de água. MoluSchall é um moluscicida natural promissor e poderá contribuir para o controle da transmissão de Schistosoma mansoni.