Alterações locomotoras e reprodutivas em Biomphalaria glabrata (Say, 1818) (MOLLUSCA: PLANORBIDAE) hospedeiro intermediário de Schistosoma mansoni SAMBON, 1907 (TREMATODA: SCHISTOSOMATIDAE) sob condições de estresse.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Anna Carla Alberto da lattes
Orientador(a): Silva, Cláudia Portes Santos lattes
Banca de defesa: Silva, Jairo Pinheiro da, Vasconcellos, Maurício Carvalho de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11981
Resumo: Os efeitos da infecção por parasitos e da ação de contaminantes em moluscos tem influência direta sobre o comportamento destas espécies, dentre eles o locomotor e o reprodutivo, funcionando como biomarcadores de estresse e da qualidade da água. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a atividade locomotora e reprodutiva de Biomphalaria glabrata, principal hospedeiro intermediário de Schistosoma mansoni no Brasil, sob duas condições de estresse diferentes: a infecção parasitária por S. mansoni e a ação de um moluscicida, o látex de Euphorbia milii var. hislopii. Estes fatores de estresse foram avaliados separadamente em B. glabrata em relação aos parâmetros locomotores usando o sistema de biomonitoramento por análise de imagem Videomex V® e reprodutivos, analisando fecundidade e eclodibilidade. Para avaliar a atividade locomotora foram analisados cinco parâmetros: ‘Distância percorrida’, ‘Tempo ambulatorial’, ‘Tempo estereotipado’, Tempo em repouso’ e ‘Velocidade média’. A infecção foi observada em dois momentos diferentes: antes e após a infecção e a exposição ao látex na concentração subletal (CL50 - 0,53 mg/L) em três momentos diferentes: antes da exposição (grupo controle), 1 dia pós exposição (grupo 1 d.p.e.) e 30 dias pós exposição (grupo 30 d.p.e.). Os parâmetros reprodutivos de B. glabrata analisados foram: número de massas ovígeras, ovos e moluscos eclodidos. Todas as análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa R. Dos moluscos infectados com S. mansoni, 47,8% eliminaram cercárias (positivos) e 52,2% (expostos) não eliminaram cercárias. A atividade locomotora de todos os moluscos aumentou significativamente após a infecção por S. mansoni. Contudo, os moluscos positivos foram menos móveis comparados aos expostos. Com relação à reprodução, 84,8% dos moluscos positivos não conseguiram restabelecer o número de massas ovígeras durante o período patente. O número de cercárias eliminadas individualmente por cada molusco positivo apresentou uma relação positiva com o tempo estereotipado e uma relação negativa com o número de ovos. Quanto aos efeitos da exposição ao látex de E. milii var. hislopii em B. glabrata foi observado um decréscimo significativo (p-value<0.05) de todas as atividades locomotoras dos moluscos do grupo 1 d.p.e em comparação ao controle. Não houve diferença significativa entre os grupos controle e o 30 d.p.e. Comparando os grupos pós exposição (1 dia e 30 dias) foi observado uma redução na atividade locomotora do grupo 1 d.p.e. Em relação aos parâmetros reprodutivos, a relação ovos/massa ovígera diminuiu na semana seguinte a exposição (6ª semana) enquanto houve aumento na taxa de eclosão. Após trinta dias, estes parâmetros reprodutivos foram similares aos observados nestes mesmos moluscos antes da exposição. Houve, no entanto, redução no número de moluscos eclodidos após a exposição até o final do experimento (10a semana). Concluímos que a infecção por S. mansoni e a exposição ao látex de E. milii var. hislopii afetam o comportamento locomotor e reprodutivo de B. glabrata de forma diferente, sendo capaz de influenciar na epidemiologia da transmissão da esquistossomose.