Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Mafra, Luiz Antonio Staub
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Orientador(a): |
Wilkinson, John
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas e Sociais
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9514
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Resumo: |
A Indicação Geográfica (IG) surge como mecanismo de proteção aos agricultores e vem se transformando num processo de qualificação que agrega ao produto as características ambientais e sociais de sua origem. Nesse sentido, a qualificação vai além de aspectos técnicos e denota um processo intenso de articulações e negociações, provocando reordenação produtiva, política e territorial, uma vez que traz para a origem os esforços de coordenação de atividades e de qualificação que eram desempenhados pela indústria. Dessa forma, a tese traz uma leitura do surgimento das IGs e a valorização da origem como um processo de construção do mercado de café, a partir do estudo de caso da IG no Cerrado Mineiro. As IGs vêm sendo utilizadas de maneira distinta entre países e setores, inclusive, de forma paradoxal, por setores tipicamente commoditizados, como o caso do café. Assim, as IGs podem assumir diferentes significados (econômicos, políticos e simbólicos), em função das características locais, do tipo de produto e de mercado e, ainda, da forma como são implementadas. Por meio da valorização de sua origem, a região do Cerrado Mineiro conseguiu superar uma situação desfavorável, na qual o café ali produzido era comercializado como de qualidade inferior. Com o incremento de uma intensa mobilização de esforços de produtores e organizações locais, a região passou a ser reconhecida como produtora de café com qualidades diferenciadas, o que lhe confere o reconhecimento da segunda IG no Brasil. Esta mudança resulta de um processo de negociação e convenções em torno das especificidades da qualidade, cujos resultados vêm sendo fruto de consensos e acordos sobre a qualidade até chegar ao reconhecimento oficial. A IG no Cerrado mineiro é justificada pelas suas especificidades geográficas e ambientais, as quais contribuíram para a consolidação de sua reputação no mercado e que, no caso estudado, demonstraram que ela foi construída por meio de uma série de fatores inovadores, como técnicas de produção, diferenciação pela qualidade, organização e articulação em torno da construção do mercado pelos produtores. Embora a preservação das tradições tenha tido papel importante nas justificativas de implementação das IGs, a pesquisa demonstrou que as inovações efetuadas no mercado (quanto à avaliação do produto, à organização, etc.) tiveram fundamental importância para o reconhecimento de seus atributos de qualidade. |