Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Prado, Fernanda Silva de Aguiar do
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Orientador(a): |
Araújo, Francisco Gerson |
Banca de defesa: |
Araújo, Francisco Gerson,
Souza, Gustavo Mattos Silva de,
Camara, Ellen Martins,
Tubino, Magda Fernandes de Andrade |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
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Departamento: |
Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10733
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Resumo: |
Lagoas costeiras são corpos de águas rasas separados do mar por algum tipo de barreira ou mantendo limitada conexão com o ambiente marinho por canais naturais ou artificiais. Devido à elevada produtividade, esses ecossistemas comportam comunidades distintas como os peixes e invertebrados bentônicos, apresentando elevado valor ecológico e econômico. O objetivo desse trabalho foi avaliar variações na estrutura da ictiofauna e de invertebrados bentônicos ao longo de gradientes ambientais durante as estações seca e chuvosa, além de avaliar a associação entre esses dois grupos bióticos no Sistema Lagunar de Maricá, município de Maricá, estado do Rio de Janeiro. A hipótese testada foi de que variáveis ambientais determinam a distribuição de peixes e invertebrados bentônicos e que estas são influenciadas pela distância da conexão com o mar, bem como de que estas duas comunidades apresentam associação significativa. Três zonas foram estabelecidas para o programa de amostragem de acordo com a distância da conexão com o mar: Zona Interna (ZI, mais distante da conexão com o mar), Zona Central (ZC) e Zona Externa (ZE, mais próxima da conexão com o mar). As coletas do material biótico e medições das variáveis ambientais ocorreram em julho de 2018 (estação seca) e em janeiro de 2019 (estação chuvosa). A estrutura da comunidade de peixes diferiu significativamente entre as zonas, estações e apresentou significante interação entre esses dois fatores (p < 0,05), com maior abundância de peixes na ZI e menor na ZE. Atherinella brasiliensis e Anchoa januaria foram as espécies que mais contribuíram em todas as zonas e estações. Temperatura e salinidade foram as variáveis com maior poder explicativo independente dos preditores (49.29% e 18.29%, respectivamente) para a riqueza das espécies de peixes, apresentando correlação negativa e positiva, respectivamente. Os invertebrados bentônicos diferiram significativamente entre todos os fatores estudados. A maior abundância encontrada foi na ZI e a menor na ZE. Nereididae foi a família de poliquetas com maior contribuição na estação seca e nas zonas interna e central. Oligoquetas foi o grupo de invertebrado que mais contribuiu na estação chuvosa. Capitellidae apresentou maior contribuição na ZE. Para os invertebrados bentônicos, salinidade e temperatura foram as variáveis com maior poder explicativo independente dentre os preditores (40,047% e 18.85%, respectivamente). Diferentemente dos peixes, a salinidade apresentou correlação significativamente negativa e temperatura correlação positiva com a riqueza dos invertebrados. A correlação entre peixes e invertebrados bentônicos foi significativa, porém baixa, mesmo após o controle das variáveis ambientais. Os peixes e invertebrados bentônicos que compartilham o Sistema Lagunar de Maricá estão submetidos a condicionantes ambientais semelhantes, que parecem atuar de forma diferente em cada grupo. A maior parte da variação explicada da comunidade de peixes foi associada aos efeitos compartilhados pelas variáveis ambientais e pela estrutura espacial-zonas (16%), e uma fração negligível foi explicada exclusivamente pelos invertebrados (1%). Considerando os invertebrados bentônicos, maiores frações da variância (18%) foram associadas aos efeitos compartilhados pelos três fatores (peixes, variáveis ambientais e zonas), além de uma expressiva explicação adicional sendo compartilhada pelas variáveis ambientais e zona (10%) e pela explicação exclusiva das variáveis ambientais (13%). Compreender a forma como cada grupo taxonômico responde a variáveis ambientais e à estrutura espacial simultaneamente pode ser uma importante ferramenta no auxílio de tomada de decisões para a conservação de ecossistemas aquáticos em diferentes escalas. |