Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Jesus, Kléberson Pierre Cardoso de
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Orientador(a): |
Naiff, Denis Giovani Monteiro |
Banca de defesa: |
Naiff, Denis Giovani Monteiro,
Monteiro, Rosa Cristina,
Alves, Priscila Pires |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação Agrícola
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Departamento: |
Instituto de Agronomia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/12121
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Resumo: |
Apresenta-se o estudo realizado com os pescadores partícipes do PROEJA FIC, no IFMT Campus Cáceres, com o intuito de levantar as representações sociais das transformações decorrentes da escolarização. Totalizam-se como sujeitos respondentes: 63 estudantes, que participaram da pesquisa no mês de janeiro de 2013. Objetivou-se identificar e analisar as representações sociais de dois momentos distintos da vida dos sujeitos, utilizando duas questões instigadoras para essa verificação: Quais as dificuldades na vida e no trabalho antes do ingresso no PROEJA FIC Pesca? E quais as mudanças encontradas na vida e no trabalho após o ingresso no PROEJA FIC Pesca?Utilizou-se a técnica de ALP como instrumento de coleta, e assim os sujeitos evocaram cinco palavras que foram hierarquizadas e categorizadas para processamento no software EVOC. Assim, pôde-se reunir o corpus do pensamento social dos estudantes pescadores. Apresentou-se ainda o percurso da educação profissional e da educação de jovens e adultos no Brasil, registrando as marcas históricas da exclusão dos trabalhadores do processo educacional. Com isso, destacou-se o valor e a importância do PROEJA FIC como conquista histórica da classe trabalhadora. Para a análise, elegeu-se como fundamento teórico a Teoria das Representações Sociais, de Serge Moscovici, tendo como complemento a Teoria do Núcleo Central de Jean-Claude Abric, pela capacidade de extração do consenso do pensamento social. No primeiro questionamento verificou-se a representação das dificuldades dos estudantes pela falta de escolaridade, e a partir disso foi possível encontrar o comparecimento das categorias Qualificação e Cidadania com os atributos leitura, trabalho, aprender e estudar. O comparecimento desses elementos, nas dificuldades, nos conduzem ao entendimento de que essas questões são qualidades ausentes e necessárias na vida dos sujeitos. Se se vive em uma sociedade em que o trabalho é um elemento fundante, não se pode admitir que as condições para o acesso a esse direito sejam cerceadas das camadas mais fragilizadas, já que essas prerrogativas constituem-se garantias constitucionais. Assim, observa-se que as dificuldades apresentadas obstaculizavam o processo de qualificação dos sujeitos, e isso lhes impedia o exercício prático de sua cidadania. Ou seja, a falta de escolaridade, direito negado, impedia a qualificação e esta é que possibilita o aperfeiçoamento do trabalho. De outro lado, implantação do PROEJA FIC remonta a reparação de uma dívida e modifica a vida desses sujeitos. No tangente às mudanças, verifica-se o comparecimento dos atributos aprender, leitura e escrever, como elementos do núcleo central, sintetizados nas categorias Qualificação e Autonomia. Esse resultado das evocações indica que o PROEJA FIC contemplou as necessidades de qualificação e autonomia dos pescadores. E, assim, caracterizam-se as transformações verificáveis nas evocações e nos depoimentos: mudanças na relação dos sujeitos com a natureza, a conquista de traços de autonomia e independência, o acesso a novos conhecimentos e o surgimento da escola como espaço de interação que melhora as relações interpessoais. Isso tudo ratifica a importância do PROEJA FIC como instrumento de inclusão, e a pesquisa contribui para reivindicar a perenidade da oferta e a consolidação do programa como política pública para atendimento das camadas vulneráveis e de comunidades tradicionais. |