Resistência, luta e sindicalismo: um estudo sobre a greve (1984) dos canavieiros de Campos dos Goytacazes (RJ)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Tavares, Filipe Moreira de Azeredo lattes
Orientador(a): Bruno, Regina Angela Landim
Banca de defesa: Bruno, Regina Angela Landim, Medeiros, Leonilde Servolo de, Ribeiro, Ana Maria Motta
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11611
Resumo: A partir dos anos 1970, com o início do processo de redemocratização da sociedade brasileira, diversas lutas rurais e urbanas, com distintos objetivos políticos, econômicos e sociais, intensificaram-se. Logo, novos e antigos atores das classes trabalhadoras mobilizaram estratégias para transformação das suas realidades, bem como seus sindicatos, confederações e federações. No cenário dos canavieiros, a Confederação dos Trabalhadores Rurais da Agricultura (CONTAG), em conjunto com os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de diversas regiões encaminharam a reestruturação das lutas, promovendo a conscientização das classes, intensificando os processos legais e aderindo a greves e paralisações como instrumentos de pressão política para conquista dos direitos básicos e fundamentais. Surgiu desse movimento importantes greves para os canavieiros, como a que ocorreu em Pernambuco (1979), Guariba (1984) e Campos dos Goytacazes (1984). Esta dissertação analisa a greve campista, ocorrida em julho de 1984, com duração de 36h, cujas vitórias assemelham-se à Guariba. Tendo como sujeitos principais os canavieiros, analisam-se as condições de vida e trabalho presentes nos instantes da paralisação, as articulações do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Campos (STRC) e seus associados com a estrutura sindical nacional; o intercâmbio de experiências e demandas de outras regiões, fundamentais para eclosão do movimento. Compreende-se o início, andamento e finalização da greve, tendo como fontes de pesquisa entrevistas, bibliografia especializada e jornais. Como resultado, apresenta-se que o movimento se construiu meses antes, com avanços e retrocessos nas negociações junto a classe patronal, cuja intransigência dos usineiros levou à reação dos trabalhadores. Discute-se, ainda, como os canavieiros campistas rompem momentaneamente com o projeto de sindicalismo organizado pela CONTAG, realizando uma greve fora da lei. Os resultados indicam, ademais, a constância das mobilizações nas usinas e fazendas mesmo após a vitória do movimento, com objetivo de obrigar o cumprimento do acordo assinado. Desse modo, o estudo contribui para o campo sobre mobilizações dos trabalhadores rurais no período da redemocratização, discutindo o papel, ação e mobilização dos canavieiros fluminenses.