Aspectos epidemiológicos e hematológicos de equinos naturalmente infectados por Theileria equi (Piroplasmida: Theileriidae) e sua associação com carrapatos no Estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Peixoto, Maristela Peckle lattes
Orientador(a): Massard, Carlos Luiz
Banca de defesa: Massard, Carlos Luiz, Santos, Tiago Marques dos, Baldani, Cristiane Divan
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11979
Resumo: Theileriose equina é uma doença causada pelo protozoário intraeritrocítico e linfocítico Theileria equi (Laveran, 1901), que em diversos animais assume caráter crônico, dificultando o diagnóstico por métodos parasitológicos tradicionais. O objetivo deste estudo foi detectar a presença do DNA de T. equi em equinos e carrapatos através da PCR em tempo real (qPCR) e associar com fatores relacionados ao equino (sexo, idade, raça), ao ambiente e ao manejo dos equinos, além de avaliar as alterações hematológicas nos animais cronicamente infectados criados nos municípios de Seropédica e Petrópolis, estado do Rio de Janeiro. Foram testadas 314 amostras de sangue e 300 amostras de carrapatos ixodídeos, sendo 191 de Amblyomma cajennense (Fabricius, 1787), 104 de Dermacentor nitens (Neumann, 1897) e 5 larvas de Ixodidae. Fatores inerentes ao equino, à propriedade e ao manejo dos animais foram obtidos através de questionário epidemiológico e associados à presença do DNA de T. equi nos animais. As amostras de sangue foram também submetidas à análise hematológica em contador automático de células, à refratometria e à confecção de esfregaços, para a realização da contagem diferencial de leucócitos por microscopia óptica. Do total de equinos analisados, 81% (n=253/314) apresentaram DNA de T. equi, sendo o município de Seropédica o de maior frequência (90,1%; n=128/141; p<0,001). As frequências que diferiram estatisticamente pelo Qui-quadrado (p<0,2) e apresentaram colinearidade pelo teste de Spearman abaixo de 0,6 foram incluídas no modelo de regressão logística utilizando o programa R. Observou-se que os equinos destinados ao trabalho e passeio (OR=5,7, IC=2,3-14,4), à reprodução (OR=3,8, IC=1,3-11,5) e a infestação por carrapatos nos animais (OR=2,6, IC=1,1-6,2) foram fatores associados à presença do DNA de T. equi nos equinos (p<0,05). Das amostras de carrapatos coletadas, A. cajennense e D. nitens foram as espécies identificadas. A presença do DNA de T. equi foi observada em 9,9% (n=19/191) das amostras de A. cajennense e 3,8% (n=4/104) de D. nitens. A análise multivariada simples demonstrou que a presença de A. cajennense nos equinos (OR=4,1, IC=1,8-9,1) apresentou associação com a presença do DNA de T. equi nos animais. Com relação às análises hematológicas das amostras de Seropédica, de forma geral foi observada anemia e eosinofilia como principais alterações nos grupos positivo e negativo. Estas alterações parecem estar relacionadas ao manejo animal inadequado instituído em grande parte das propriedades deste município. No município de Petrópolis, a anemia foi uma alteração frequente (p<0,05) nos animais positivos para T. equi, sugerindo uma possível associação deste protozoário com esta alteração hematológica no referido município. Equinos destinados ao trabalho, passeio e reprodução, assim como a infestação por carrapatos, principalmente a intensa infestação por A. cajennense, são fatores que favoreceram a presença de T. equi em equinos nos municípios estudados.