Aspectos epidemiológicos da Babesia canis vogeli em cães da Baixada Fluminense, RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Vilela, Joice Aparecida Rezende lattes
Orientador(a): Faccini, João Luiz Horácio
Banca de defesa: Faccini, João Luiz Horácio, Leite, Romário Cerqueira, Barreira, Jairo Dias, Sanavria, Argemiro, Fonseca, Adivaldo Henrique da
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9701
Resumo: A babesiose canina, patologia de ampla distribuição no Brasil e no mundo, é causada por protozoários do gênero Babesia spp., que parasitam hemácias e são transmitidos por carrapatos Ixodidae. O presente trabalho objetivou determinar a epidemiologia da babesiose canina através de aplicação de questionários e diagnóstico por ELISA, diagnóstico por microscopia direta, diagnóstico de Babesia canis por meio da PCR em tempo real, identificação das subespécies de B. canis por meio da RFLP, caracterização das principais alterações hematológicas, identificação dos ectoparasitos e diagnóstico através da PCR em tempo real do agente da babesiose canina em carrapatos de cães do município de Seropédica, Baixada Fluminense RJ. No presente estudo foram avaliados 311 cães, sendo 167 (n=53,7%) de área rural e 144 (n=46,3%) de área urbana. Através do teste de ELISA, encontrouse um total de 39 cães (12,54%) sorologicamente positivos para Babesia canis, com frequência de 21,56% (n=36/167) nos cães de área rural e 2,08% (n=3/144) nos cães de área urbana, sendo, portanto a área rural, a de maior soropositividade (p<0,0001). As variáveis que apresentaram associação com a soropositividade foram: área de domicílio do cão, definição racial, idade, infestação por carrapatos, locais de acesso do cão, contato com outros animais, hábito do animal, ambiente do cão, ausência de limpeza do ambiente, ausência de assistência veterinária, ausência de abrigo e origem errante. O perfil do proprietário e o manejo do cão apresentaram características marcantes no parasitismo por carrapatos e consequentemente na frequência de soropositividade para o agente. O diagnóstico pela PCR em tempo real de amostras sanguíneas de cães revelou uma frequência de 11,90% (n=37/311). A subespécie identificada acometendo cães desta região foi B. canis vogeli. Do total de 311 cães avaliados, foram observadas infestações por ectoparasitos em 252 (81,03%) cães. Destes, 70,64% (n=178/252) apresentaramse infestados por carrapatos. Em relação à infestação por carrapatos, Rhipicephalus sanguineus foi encontrado em 68,54% (n=122/178) dos cães, Amblyomma cajennense em 11,80% (n=21/178), A. ovale em 3,37% (n=6/178) e A. dubitatum em 0,56% (n=1/178) dos cães infestados por carrapatos. Ninfas de R. sanguineus e Amblyomma sp. foram observadas em 13,48% (n=24/178) e 5,62% (n=10/178) dos cães infestados por carrapatos, respectivamente. A espécie de carrapato mais frequente nos meios urbano e rural foi R. sanguineus, que apresentou associação com a positividade de B. canis vogelinos cães pelo método molecular. A frequência de carrapatos positivos para B. canis foi de 5% (n=12/240). O DNA de B. canis foi detectado em nove carrapatos adultos de R. sanguineus, em um adulto de A. cajennense e em duas ninfas de Amblyomma sp.. As principais alterações hematológicas nos cães infectados foram: anemia, hemoglobinemia e trombocitopenia. O estudo permitiu concluir que a babesiose canina causada por B. canis vogeliocorre nas áreas rurais e urbanas do município estudado sendo de grande importância a sua ocorrência nos municípios da Baixada Fluminense do Estado do Rio de Janeiro, os quais apresentam características semelhantes de expansão da urbanização para o meio rural com pequena distinção entre as duas áreas e aponta para a importância do diagnóstico do patógeno e identificação de vetores nos cães, visando o conhecimento das condições epidemiológicas para a adoção de medidas profiláticas adequadas, pois além de afetarem a sanidade animal muitos destes vetores são capazes de veicularem patógenos transmissíveis ao homem.