Territorialidade autônoma, utopia e geografia decolonial para o direito à cidade: um ensaio sobre o carnaval de rua no Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Cruz, Rafael Cordeiro lattes
Orientador(a): Rocha, André Santos da lattes
Banca de defesa: Arruzo, Roberta Carvalho, Botelho, Maurílio Lima, Carvalho, Marcos César Araújo
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13757
Resumo: Este trabalho é fruto de uma pesquisa sobre autonomia e território, onde buscamos, à luz da Geografia Anarquista e Decolonial, demonstrar que no carnaval de rua do Rio de Janeiro existem fissuras capazes de aglutinar diferentes nichos da luta antissistêmica. Nossos objetivos variam entre a construção de uma noção de territorialidade autônoma, a crítica à racionalidade urbana e a construção de estratégias de luta, utilizando espaços-tempo caóticos, como o Carnaval. Enxergamos estas fissuras muito latentes nestes eventos e muitas possibilidades de permanência das ações dissidentes executadas ali. Buscamos contribuir para a construção de um saber geográfico que permita ao leitor empoderar-se do espaço que o rodeia com o olhar dissidente, a partir de casos que nos vieram à guisa de transformar o status quo dominante. Recortamos a cidade do Rio de Janeiro para delimitar um espaço de estudos, mas não para limitar nossa análise. O roteiro explanado serve para ilustrarmos um Carnaval marginal à espetacularização a que é relegada a festa. Todavia, mesmo marginal, este circuito arrasta multidões e incontáveis formas de protestos, territorialidades, ações dissidentes e de luta antissitêmica. O Carnaval que pretendemos mostrar aqui não se resume à folia per se, mas também a junção de demandas coletivas e individuais, a transformações no uso e apropriação de espaços da cidade e a possibilidades de mudança nas formas de enxergar e debater a emancipação nessses espaços-tempos. O Carnaval mostrado neste trabalho é uma espécie de utopia experimentada, efêmero e permanente, que vive em cada participante, durante todo o ano, em suspiros de alegria e revolta, de construção e desconstrução, na ocupação dos espaços da cidade com a presença do poder apenas da música e da horizontalidade