Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Celino, Thiago Blanc
 |
Orientador(a): |
Nunes, Antonio José Mayhé |
Banca de defesa: |
Nunes, Antonio José Mayhé,
Ururhay-Rodrigues, Alexandre,
Queiroz, Margareth Maria de Carvalho |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
|
Departamento: |
Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10804
|
Resumo: |
Este trabalho foi realizado em cadáveres humanos e em carcaças animais, com o objetivo de descrever as lesões e avaliar a evolução desses artefatos durante o desenvolvimento do processo de decomposição. Os cadáveres humanos foram examinados na cena do crime e no necrotério. Dois tipos de carcaças foram avaliadas: encontradas acidentalmente e intencionalmente expostas à atividade de formigas. A coleta de dados relativa aos corpos durou um ano, no Rio de Janeiro e no Amazonas e a relativa às carcaças foi realizada em julho, por dois anos seguidos, no Rio de Janeiro. Os espécimes foram coletados com pinças e transportados ao laboratório fixados em etanol 70%. Foram utilizados três porcos domésticos - Sus scrofa, mortos no local, através de disparo de projétil de arma de fogo e expostos em áreas com formigueiros dentro de uma armadilha tipo Shannon modificada, a distância de 50 metros uma das outras. Quatro armadilhas de solo foram dispostas entorno das armadilha Shannon. Fotografias foram confeccionadas e apenas um ou dois exemplares que causaram os artefatos foram coletados, relacionando-os com as lesões. Os exemplares foram conduzidos para o Laboratório de Mirmecologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro para identificação taxonômica. Durante a pesquisa, foram analisados oito casos de cadáveres humanos, nos quais foram observados: a) Subfamília Myrmicinae, Tribo Solenopsidini, gênero Solenopsis spp; b) Camponotus sp.1; c) Camponotus sp.2; d) Camponotus rufipes; e) Pheidole sp. 1; f) Ectatomma sp.1; g) Cephalotes atratus; h) Crematogaster sp.1; i) formigas pequenas não identificadas. Porém, apenas o primeiro táxon foi encontrado associado aos cadáveres do IML. Associados às carcaças animais foram encontrados: a) Solenopsis sp.1; b) Pheidole sp.1; c) Brachymyrmex sp.1; d) Wasmannia sp.1; e) Ectatomma lugens; sendo esta última associada à carcaça animal encontrada acidentalmente. Dentre todas as espécies coletadas, Ectatomma sp.1, Brachymyrmex sp.1 e Wasmannia sp.1 não foram observadas causando artefatos. As lesões encontradas podem ser descritas como serpentiformes, pontuadas, apresentando coloração que variava do amarelo até o marrom escuro. Elas apresentavam remoção de pele superficial como arranhões que, em alguns casos, evoluíram até a remoção dos tecidos subjacentes. Em alguns casos, o destacamento da epiderme formou um amontoado de pele similar àqueles observados em cadáveres em estágio de decomposição mais avançados. As mandíbulas das formigas produziram lesões nos vasos superficiais causando sangramento pós-morte. Também foram observadas lesões químicas similares a lesões intra vitam produzidas por queimadura de ácido e/ou cigarro. Nas lesões provocadas por Solenopsis sp. foi possível traçar as trilhas de forrageamento evidenciadas pelo ácido fórmico, bem como pelo acúmulo de sujeira, indicando a tentativa das formigas fecharem estas lesões pós-morte. Foi verificado que as formigas podem levar a esqueletização de carcaças de pequeno porte. As carcaças de porco doméstico apresentaram artefatos similares àqueles encontrados em corpos humanos, pelo menos até alcançarem o início do estágio de deterioração inicial, quando a atividade dos dípteros dificultou sua observação. |