Formigas associadas a carcaças de suínos (Sus scrofa Linnaeus, 1758) e seu papel na sucessão ecológica durante o processo de decomposição

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Paula, Michele Castro de lattes
Orientador(a): Antonialli Júnior, William Fernando lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade
Departamento: Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/850
Resumo: A Entomologia Forense é empregada em diversas questões judiciais como ferramenta de investigações médico-criminais. Varias espécies estão associadas ao processo de decomposição, se substituem ou acrescem na carcaça, gerando uma sucessão entomológica. Segundo a literatura os grupos que mais se destacam são os dípteros, coleópteros e himenópteros (vespas e formigas). Embora os insetos mais investigados, pela importante atuação, já comprovada sejam os dípteros e os coleópteros, as formigas estão presentes em todas as fases de decomposição, podendo atuar como predadoras ou necrófagas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o papel das formigas durante o processo de decomposição de carcaças de suíno em ambiente de mata. Os experimentos foram realizados em duas estações distintas a fim de avaliar as diferenças de assembléias de formigas, seus papéis agindo como representantes de diferentes categorias ecológicas e, por fim seu papel sobre o processo de decomposição. Os dípteros foram os primeiros a localizar a carcaça, sendo coletados representantes de 15 famílias, sendo o grupo mais representativo os Calliphoridae com 39,55%, seguido por Sarcophagidae (17,82%), Muscidae (14,33%), Fannidae (9,30%), Phoridae (5,96%), e o restante das famílias representando um total de (9,76%) na estação quente e úmida. Na estação fria e seca Calliphoridae também foi a mais frequente (37,41%), seguido por Sarcophagidae (15,39), Muscidae (11,67%), Phoridae (10,68%), Fannidae (6,75%), Anthomyidae (4,60%) e o restantes das famílias somaram (13,50%). Formigas foi o segundo grupo a localizar e explorar as carcaças, sendo que 39 espécies pertencentes a seis subfamílias visitaram e exploraram as carcaças durante todo o período dos experimentos. Do total de espécies, 18 foram comuns as duas estações, 7 ocorreram exclusivamente na estação quente e úmida e 14 na estação fria e seca. Na estação quente e úmida 18% delas apresentaram hábito necrófago, 35% predador, 21% onívoro, e 26% das espécies foram consideradas acidentais. Na estação fria e seca 34% das formigas apresentaram hábito necrófago, 27% predador, 23% onívoro e 16% foram consideradas acidentais. Destas categorias, tanto as espécies que agem como predadoras, como aquelas que agem como necrófagas, interferem mais significativamente no tempo de decomposição, atrasando e acelerando respectivamente. O tempo de decomposição foi significativamente maior na estação fria e seca, provavelmente por conta das diferenças das condições climáticas, que interferem na ocorrência da fauna que atua na decomposição. Portanto, estes resultados demonstram que a ação de formigas sobre carcaças que sofrem decomposição em mata é relevante, pois podem atuar sobre outros grupos de insetos ou consumindo-a de forma direta, neste caso causando artefatos que podem alterar a percepção de legistas forenses. Em ambos os casos, também podem alterar significativamente o tempo de decomposição.