Reatividade a diferentes tipos de estresse em equinos atletas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Villas Boas, Julia Dias lattes
Orientador(a): Medeiros, Magda Alves de lattes
Banca de defesa: Godoi, Fernanda, Malvar, David do Carmo, Szabó, Márcia Valéria Rizzo Scognamillo, Costa, Maria Fernanda de Mello
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10299
Resumo: O cavalo tem uma predisposição natural para o esporte, no entanto, o seu uso em competições pode resultar em problemas relacionados ao estresse que prejudicam seu desempenho esportivo e principalmente a sua saúde. Desta forma é fundamental não apenas entender como os diferentes fatores de risco e de resiliência a diferentes estressores influenciam a resposta ao estresse, como também desenvolver estratégias que possam prevenir ou minimizar os efeitos deletérios do estresse. Neste sentido a acupuntura é uma técnica milenar da Medicina Tradicional Chinesa que tem sido utilizada no tratamento e prevenções de doenças relacionadas ao estresse. O presente estudo propôs o uso de dois modelos de estresse: um físico (exercício físico) e outro psicológico (modelo de sobressalto) para verificar a reatividade ao estresse de cavalos atletas. Além disso, também foi avaliado se cavalos de diferentes modalidades esportivas apresentam respostas ao estresse de psicológico distintas e se acupuntura pode alterar as respostas ao estresse físico. No experimento 1, 16 equinos de corrida da raça Puro Sangue Inglês foram submetidos ao exercício a campo de alta intensidade e curta duração (12 m/s, 4min). Os intervalos RR para análise da Variabilidade da Frequencia Cardíaca foram adquiridos através do frequencímetro cardíaco Polar Equine™ e as amostras de sangue foram coletadas antes e, imediatamente, 2h, 4h, 6h, e 24h após o exercício. O exercício promoveu alterações autonômicas no balanço simpato-vagal uma vez que aumentou significativamente o componente de baixa frequência (LF), a frequência cardíaca e a razão LF/HF e diminuiu o componente de alta frequência (HF) (p < 0.01). Houve aumento do hematócrito, das proteínas plasmáticas, glicose e lactato plasmático imediatamente após o exercício (p < 0.001). Houve aumento (p<0.01) nos valores séricos de cortisol após 30 minutos, retornando aos valores basais após 60min. No entanto, não foi observado diferença significativa nas citocinas plasmáticas IL-1β e IL-6 entre os momentos após exercício e o momento basal. No experimento 2: os equinos do experimento 1 após o exercício foram aleatoriamente divididos em dois grupos: CTL (C2): Controle (sem manipulação) e ACUP (C2)ACUP (C2): animais submetidos a sessões semanais de acupuntura nos pontos VG1, C7, VG20 e B52 durante 10 semanas. Após o período de tratamento os animais repetiram o mesmo exercício e foram analisados os mesmos parâmetros. A acupuntura reduziu a razão LF/HF, promovendo uma recuperação mais rápida dos animais não apresentando influência nos demais parâmetros analisados. No experimento 3, foram utilizados 24 equinos, pertencentes a três modalidades equetres: Pólo (raça PSI) (n=9), Adestramento (raça Brasileiro de Hipismo) (n=6) e Enduro (Puro Sangue Árabe) (n=9) submetidos ao modelo experimental de sobressalto através da abertura abrupta de um guarda-chuva. Os resultados mostraram que cavalos de enduro apresentaram resposta autonômica induzida pelo sobressalto significativamente menos intensa que cavalos de Polo e Adestramento (menor razão LF/HF no momento do sobressalto), paradoxalmente cavalos de Enduro possuem níveis de cortisol em resposta ao sobressalto mais altos que cavalos de Polo. Não houve diferença entre as modalidades na resposta comportamental após o sobressalto, no entanto cavalos de Pólo apresentam níveis basais de cortisol significativamente mais altos que as demais modalidades e não variaram seus níveis de cortisol em resposta ao estresse. Dessa forma, podemos concluir que 1) o exercício a campo de alta intensidade e curta duração promoveu alterações adaptativas característica de estresse, podendo ser utilizado em estudos de reatividade ao estresse em cavalos de corrida; 2) a acupuntura tem um efeito modulador da resposta autonômica induzida pelo estresse em cavalos atletas e 3) as modalidades equestres de Adestramento, Polo e enduro apresentam reatividade ao estresse distintas