Caminhos, mudanças, alianças e resistências indígenas: identidade e territorialidade dos índios da Aldeia de Itaguaí – Século XIX.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Ferreira, Ana Cláudia de Souza lattes
Orientador(a): Moreira, Vania Maria Losada
Banca de defesa: Moreira, Vania Maria Losada, Mattos, Izabel Missagia de, Freire, José Ribamar Bessa
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13973
Resumo: Este trabalho pretende contribuir para a compreensão da história do Aldeia de São Francisco de Itaguaí no século XIX. Propõe-se a discutir e problematizar o suposto processo de extinção da Aldeia de Itaguaí defendido pelo discurso de determinadas autoridades políticas e intelectuais, que argumentavam acerca da “mistura” e “degradação” dos grupos indígenas. Pretende também demonstrar que este discurso intensificava a expropriação das terras indígenas e desconstruía o direito deles às mesmas. Dessa forma, os índios passaram a ser tratados como se não existissem, intensificando um viés discursivo da “invisibilidade” e/ou do “desaparecimento”. Em Itaguaí, o aldeamento passou por sucessivas tentativas de extinção, ao mesmo tempo que os índios continuaram resistindo e construindo diferentes modos de permanecer com suas terras, mesmo depois da elevação de Itaguaí à Vila, em 1818, ou da declaração de extinção da Aldeia de Itaguaí, em 1834. Apesar do quadro político e social cada vez menos favorável aos índios, fontes como correspondências, requerimentos, ofícios, portarias, planta corográfica e mapa populacional da aldeia indicam que, embora o aldeamento tenha sido declarado extinto por autoridades locais, os índios reconheciam seu território como “Aldeia”, ao mesmo tempo em que eram reconhecidos por outros moradores como índios aldeados na região. Ainda na década de 1850 e 1860, como demonstramos neste estudo, os índios continuavam possuindo terras na região e construindo um espaço sociocultural e político, onde interagiam com a sociedade local e faziam escolhas, negociações e resistiam aos processos de expropriação territorial. Com este estudo, procuramos desconstruir a ideia de que os índios desapareceram, a partir da suposta extinção do aldeamento de 1834, tornando-os “visíveis” por meio da pesquisa em fontes históricas ainda pouco visitadas pela história dos índios no que se refere ao Rio de Janeiro, como os registros de batismo, de óbito e inventários. Também pesquisamos os registros paroquiais de terras.