Ciclagem de N em pastagens tropicais consorciadas com leguminosa forrageira ou fertilizada com N

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Borré, João Guedes lattes
Orientador(a): Caballero, Segundo Sacramento Urquiaga lattes
Banca de defesa: Caballero, Segundo Sacramento Urquiaga lattes, Araújo, Adelson Paulo de lattes, Casagrande, Daniel Rume lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Ciência do Solo
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20772
Resumo: O declínio da produtividade de pastagens é um processo recorrente nas regiões tropicais. O caráter extensivo da criação animal a pasto aliado à reposição escassa de nitrogênio (N), favorecem o processo de degradação de pastagens. A integração de leguminosas, com sistema eficiente em fixação biológica de N2 (FBN), nas pastagens de gramíneas é uma alternativa promissora para recuperação de pastagens degradadas. Esse estudo teve como objetivo comparar a ciclagem de N em pastagens de Urochloa spp. consorciadas com leguminosa ou fertilizadas com N. O experimento foi conduzido na área experimental do Instituto de Zootecnia da Universidade Federal Rural Rio de Janeiro no município de Seropédica, durante dois anos (2021 e 2022) divididos em duas estações, Águas e Seca. O delineamento utilizado foi em blocos ao caso com três tratamentos e quatro repetições, cada parcela correspondente a um piquete de 1 ha. Os tratamentos foram: Urochloa brizantha cv Marandu fertilizada com 138 kg de N ha-1 ano-1 (N-fert); Urochloa brizantha cv Marandu com Macrotyloma axillare cv. Java (Consórcio); Urochloa brizantha cv Marandu não fertilizada com N (Controle). Os animais foram mantidos sob lotação contínua com taxa de lotação variável e a oferta de forragem foi adotada como critério de manejo do pastejo. A presença da leguminosa favoreceu o estoque de N total na massa de forragem, sendo que no Consórcio o N estocado na biomassa foi similar ao do pasto fertilizado. O manejo do N não afetou a liteira existente (LE) e o estoque de N na LE. No N-Fert foi constatada maior taxa de deposição de liteira (LD; p = 0,0003), contudo a proporção de N ciclado pela LD foi 33,5 e 45,8% maior no Consórcio em relação ao N-Fert e Controle, respectivamente (p < 0,0001). Tanto a LE como LD na base de Matéria Orgânica apresentaram maiores valores na Seca, em vista da maior taxa de senescência da parte aérea da planta. O N aplicado no sistema não atuou como fator determinante na decomposição da liteira. Fatores ambientais como temperatura e precipitação aumentaram a velocidade de decomposição da liteira no período das Águas. A contribuição da FBN seguiu o mesmo padrão de comportamento que a massa de leguminosa ao longo do experimento, indicando valores superiores nas Águas em relação a Seca. Valores semelhantes referentes a ingestão e excreção de N, por animal, foram encontrados entre tratamentos. A maior excreção de N por área foi observada no N-Fert (p = 0,010), provavelmente pelo aumento na lotação animal. Em geral, foi constatado um balanço positivo de N no sistema solo-planta-animal nos tratamentos N-Fert e Consórcio, sendo 106 e 132 kg N ha-1 ano-1, respectivamente. De maneira contrária, as pastagens sem fertilização nitrogenada evidenciaram balanço negativo de N de -27 kg ha-1 ano- 1 . Esses resultados sugerem que o input através da fertilização nitrogenada ou do consórcio com o Macrotyloma no pasto exercem grande influência na manutenção das reservas de N no solo.