Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Santos, Sônia Maria Cursino dos
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Orientador(a): |
Luque Alejos, José Luis Fernando
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
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Departamento: |
Instituto de Veterinária
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9619
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Resumo: |
O bioma Pantanal apresenta uma enorme diversidade biótica, possuindo diferentes características nas épocas de cheia e seca, albergando cerca de 263 espécies de peixes. Escassos são os estudos da relação ecológica parasito-hospedeiro em peixes do rio Cuiabá, área do Pantanal Norte (MT). Este estudo teve como objetivos estudar quantitativamente e qualitativamente as comunidades de endoparasitos de peixes migradores de importância comercial desta localidade, verificar os padrões de flutuação destes índices e sua relação com o comprimento total e o sexo dos hospedeiros e analisar o agrupamento dos índices de similaridade entre as comunidades componentes de endoparasitos em diferentes hospedeiros. Foram coletados durante os anos de 2005 a 2009 no rio Cuiabá – Parque Nacional do Pantanal (PARNA-Pantanal) a 17° 50’ 48” S e 57° 24’ 6” W do estado de Mato Grosso, Brasil, 376 espécimes: Pseudoplatystoma corruscans – 50, P. fasciatum – 50, Piaractus mesopotamicus – 85, Prochilodus lineatus –72; Zungaro zungaro– 50 e Salminus brasiliensis – 87. Vinte e três espécies de endoparasitos foram identificadas: cinco digenéticos, oito cestóides, sete nematóides, dois acantocéfalos e um pentastomídeo. Foram coletados 10.418 espécimes de endoparasitos, sendo que 6162 (59,15%) foram coletados de P. mesopotamicus, 1249 (11,99%) de P. fasciatum, 1173 (11,26%) de Z. zungaro, 1167 (11,2%) de P. corruscans. O típico padrão de distribuição agregada foi observado para todas as espécies, onde os pimelodideos analisados foram os que apresentaram maior diversidade de espécies, embora sem a presença de nenhuma espécie de endoparasito dominante. As relações do comprimento do corpo do hospedeiro entre a prevalência e a abundância parasitária foram positivas para o parasitismo de P. lineatus por N. (N.) curemai e A. compactum, e de P.corruscans por S. oxycephala. Por outro lado, o parasitismo de P. corruscans por Porrocaecum sp. apresentou relação negativa entre a abundância e o crescimento do hospedeiro. Em Z. zungaro apenas a abundância de P. rugosa e Porrocaecum sp. apresentaram relação positiva com o comprimento total do peixe. O sexo dos hospedeiros influenciou significativamente a abundância de N. (N.) curemai em P. lineatus, de S. spectatus em P. mesopotamicus e a prevalência parasitária de S. oxycephala em P. fasciatum, sugerindo a existência de diferenças ecológicas e comportamentais entre hospedeiros machos e fêmeas. A análise de agrupamento da similaridade entre as composições de endoparasitos dos peixes migradores resultou em 2 grupos principais bem diferenciados, com apenas 16,03% de similaridade entre eles. O primeiro grupo foi formado pelos peixes piscívoros e o segundo, por peixes onívoros e detritívoros. Entre os pimelodídeos analisados, a composição de suas comunidades endoparasitárias apresentaram similaridade qualitativa de 50%, chegando a 87,5% entre P. corruscans e P. fasciatum. O Characidae S. brasiliensis apresentou 39,68% de similaridade qualitativa em relação ao grupo interno formado por Pimelodidae. No outro grupo principal, o Characidae onívoro P. mesopotamicus e o Prochilodontidae detritívoro P. lineatus apresentaram 22,22% de similaridade na composição entre suas comunidades endoparasitárias. Quanto a similaridade quantitativa, apenas um grupo principal foi formado. A similaridade entre os pimelodídeos foi de 50,35%, chegando a 67,29% entre P. faciatum e P. corruscans. Salminus brasiliensis compartilhou 30,46% de similaridade quantitativa entre os pimelodídeos e 12,41% com P. mesopotamicus, que, por sua vez, apresentou apenas 2,02% de similaridade quantitativa com P. lineatus. Dentre os peixes migradores de interesse comercial do Pantanal Norte Mato- Grossense, a similaridade na composição e estrutura de suas comunidades endoparasitárias foi fortemente influenciada pela proximidade filogenética dos hospedeiros, assim como pelo hábito alimentar exclusivamente piscívoro, associado à disposição dos peixes na coluna d’água. |