Taxonomia e sistemática de Ceratomyxa sp. (Cnidaria: Myxozoa), parasito de Rhaphiodon vulpinus (Characiformes: Cynodontidae) da Bacia Amazônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Franzolin, Gustavo Negrão [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/62519
Resumo: Os peixes da Bacia Amazônica são hospedeiros de diversos parasitos, como os cnidários da Classe Myxozoa (mixozoários), com aproximadamente 2600 espécies conhecidas. Dentro dos mixozoários destacam-se as espécies do gênero Ceratomyxa Thélohan, 1892, que são parasitos de peixes marinhos, mas estudos recentes vêm descrevendo novas espécies parasitando peixes de água doce na América do Sul. Neste trabalho, uma espécie de Ceratomyxa de água doce parasitando a vesícula biliar de Rhaphiodon vulpinus Spix & Agassiz, 1829 (Characiformes: Cynodontidae) do rio Tapajós, estado do Pará, Brasil foi descrita. Sua caracterização foi baseada em análises morfológicas obtidas por meio de microscopia de luz e eletrônica de transmissão, dados moleculares (sequenciamento da pequena subunidade de DNA ribossomal - SSU rDNA) e análises filogenéticas. A espécie aqui estudada desenvolve plasmódios com formato e motilidade semelhantes a vermes. Os mixosporos de Ceratomyxa sp. são alongados, com extremidades arredondadas, tendo seu interior composto por um esporoplasma binucleado e duas cápsulas polares de tamanhos iguais, as quais contêm túbulos polares com 3 espirais. A análise ultraestrutural mostrou diferentes estágios de desenvolvimento plasmodial na vesícula biliar do hospedeiro e diferentes estágios de desenvolvimento esporogônico no interior dos plasmódios. O sequenciamento da SSU rDNA resultou em uma sequência de 1448 pares de bases, que não correspondeu a nenhuma sequência de espécies de mixosporídeos disponíveis no GenBank. A análise filogenética revelou a formação de um clado composto por espécies do gênero Ceratomyxa de água doce, onde Ceratomyxa sp. parasito de R. vulpinus agrupou como espécie irmã de Ceratomyxa vermiformis. Com os dados morfológicos e moleculares aqui obtidos, pode-se concluir que Ceratomyxa sp. é uma espécie ainda não descrita na literatura.