Utilização do pericárdio de avestruz na aortoplastia em coelhos: avalição dopplerfluxométrica e estrutural

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Gomes, Marcelo Salvador lattes
Orientador(a): Figueiredo, Marcelo Abidu lattes
Banca de defesa: Santos, Clarice Machado dos, Palhano, Helcimar Barbosa, Rodrigues, Mauro Roberto, Alonso, Luciano da Silva
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10130
Resumo: A utilização de membranas biológicas em cirurgia vascular vem sendo utilizada em larga escala na medicina veterinária e na medicina humana. Os objetivos desse estudo foram avaliar os padrões Dopplefluxométrico e estrutural da região da aorta abdominal dos coelhos do grupo controle e do grupo onde fora implantado o pericárdio de avestruz. Nesse experimento foram utilizados fragmentos de pericárdio de avestruz tratado e conservado em solução de gluteraldeido a 0,5 % e implantado na porção abdominal da aorta de coelhos. Foram estabelecidos dois grupos: Grupo I (controle), Grupo II (pericárdio de avestruz) que foi subdividido em três grupos de sete, 14 e 21 dias. Os coelhos do Grupo II foram submetidos a protocolo anestésico padrão e celiotomia para acesso a porção abdominal da aorta onde foi feita a aortoplastia usando fragmento de pericárdio de avestruz com cola cirúrgica. Os animais dos dois grupos também foram avaliados pelo Doppler para caracterização de parâmetros Dopplefluxométrico e estrutural arteriais. Foi utilizado um aparelho Sonosite Titan, com transdutor linear multifrequencial de 4,0-7,0MHz. Com os diferentes tempos de cicatrização (7,14 e 21 dias) os animais do grupo II e do grupo controle foram submetidos a eutanásia por meio de overdose de thiopental sódico endovenoso e necropsiados para a coleta de fragmentos da aorta. Os fragmentos foram clivados transversalmente e fixados em solução de formol a 10% tamponado. Todos os cortes foram processados para inclusão em parafina seguindo a técnica histológica de rotina e corados pelas técnicas histológicas, histoquímicas e observados em microscopia de luz. A aorta dos animais submetidos ao implante com o pericárdio de avestruz ao 7o dia mostrou-se com forte reação inflamatória na porção voltada para o lúmen do vaso, assim como uma desorganização das camadas íntima e média. Além disso, observou-se que o pericárdio se manteve íntegro sem haver extravasamento de sangue. Aos 14 dias foi observado a reorganização da camada íntima e média. O pericárdio manteve-se íntegro. Aos 21º dias a aorta já apresentava suas camadas consolidadas. Na aorta abdominal foi visualizado um perfil de fluxo laminar. A média e o desvio padrão do diâmetro da aorta foi de 0,431±0,030 cm no grupo controle, 0,404±0,100 no grupo sete dias, 0,408±0,008 no grupo 14 dias e 0,431±0,006 no grupo 21 dias (p=0,2095). A média e desvio padrão da espessura da aorta foi de 0,107±0,011cm no grupo controle, 0,105±0,007 cm no grupo sete dias, 0,108±0,008cm no grupo 14 dias e 0,121±0,006cm no grupo 21 dias (p<0,0105). A média e desvio padrão da velocidade do pico sistólico foi de 49,44±2,260 cm/s no grupo controle, 67,49±3,128cm/s no grupo sete dias, 35,07 ±0,657 no grupo14 dias e 31,50±1,190cm/s no grupo 21 dia (p<0,0001). A média e desvio padrão da velocidade do fluxo diastólico final de 8,264 ± 0,292cm/s no grupo controle, 16,07±0,680cm/s no grupo sete dias, 7,090±0,171 no grupo 14 dias e 10,37±0,427cm/s no grupo 21 dias (p<0,0001). A média e desvio padrão da relação sístole diástole foi de 4,263±1,042 no grupo controle 2,854±1,153 no grupo sete dias, 3,890±1,017 no grupo 14 dias e 3,201±0,171 no grupo 21 dias (p=0,0376). A média e desvio padrão do índice de resistividade foi de 0,742±0,061 no grupo controle, 0,612±0,131 no grupo sete dias, 0,620±0,100 no grupo 14 dias e 0,635±0,033 no grupo 21 dias (p=0,0416). A média e desvio padrão do índice de pulsatilidade foi de 1,289±0,159 no grupo controle, 1,159± 0,029 no grupo sete dias II, 1,311± 0,026 no grupo 14 dias e 1,333±0,014 no grupo 21 dias (p=0,0025). A aortoplastia utilizando pericárdio de avestruz com fixação por cola cirúrgica mostrou-se totalmente exequível e segura. O enxerto de pericárdio de avestruz com cola cirúrgica promoveu ótima fixação do implante de pericárdio, não apresentou deformação de sua estrutura, não resultando em dilatação aneurismática, nem hemorragia em sítio do enxerto