Cimento a base de β-fosfato tricálcico em defeitos ósseos produzidos no crânio de coelhos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Dornas, Raul Felipe
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Biotecnologia, diagnóstico e controle de doenças; Epidemiologia e controle de qualidade de prod. de
Mestrado em Medicina Veterinária
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/5135
Resumo: A perda de tecido ósseo é um problema grave tanto na medicina humana quanto na veterinária. No caso das falhas ósseas cranianas, a intervenção cirúrgica se faz necessária porque, se não forem corrigidas, provocam altos índices de lesões cerebrais e disfunções neurológicas, bem como graves sequelas estéticas. Nesse contexto, enxertos autógenos e alógenos têm sido substituídos por biomateriais osteocondutores e reabsorvíeis. O objetivo desse trabalho foi avaliar a utilização de um cimento ósseo formulado a partir de uma fase sólida (β-fosfato tricálcico e sulfato de cálcio di-hidratado) e uma fase líquida (ácido fosfórico 2M). Esses componentes foram misturados na proporção 1:1 e o material, ainda moldável, foi aplicado em defeitos ósseos de tamanho crítico no crânio de coelhos, com 15 mm de diâmetro. A análise do cimento pela microscopia eletrônica de varredura revelou superfície complexa com poros de 19,5 (±5,92) μm não interconectados. Os animais foram divididos em três momentos experimentais com base no tempo transcorrido após o procedimento cirúrgico (sete, 28 e 90 dias), onde os defeitos tratados foram comparados aos defeitos que não receberam o biomaterial. As análises hematológicas e da bioquímica sérica evidenciaram valores normais durante todo o experimento. Não foram observados deiscência, edema ou sinais de infecção. Nos animais tratados, foram observadas alterações na pele (hiperemia e necrose) e no cérebro (lesões circulares de coloração esverdeada com congestão vascular), que evoluíram para a cicatrização aos 90 dias. Essas alterações podem ser atribuídas ao baixo pH do biomaterial no momento de sua implantação (3,38), resultante da relação líquido/pó utilizada no presente trabalho (1:1). Foi sugerido pela tomografia computadorizada e confirmado pela análise histológica crescimento de osso novo, que no grupo controle ocorreu a partir das bordas e no interior do defeito. Já nos animais do grupo tratado esse crescimento foi menor aos 90 dias, quando comparado ao controle na mesma data, e limitou-se às bordas do defeito, não ocorrendo no interior. Foi demonstrada a osteointegração do biomaterial, não sendo observados sinais de inflamação crônica indesejável ou a formação de cápsula fibrosa ao seu redor. Após análise dos dados obtidos o biomaterial foi caracterizado como osteocondutor, osteointegrável, possuindo degradação in vivo e histologicamente biocompatível. As alterações na coloração no tecido nervoso na região do implante, mesmo sem comprometimento clínico, e as lesões de pele, indicam a necessidade de modificação da proporção dos componentes. Possivelmente, a redução da relação líquido/pó viabilizará sua aplicação.