O papel da formação técnica alternativa e da extensão rural pública na construção de redes de apoio à transição agroecológica e à produção orgânica: um estudo no município de São José do Vale do Rio Preto – RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Felippe, Eiser Luis da Costa lattes
Orientador(a): Fonseca, Maria Fernanda de Albuquerque Costa lattes
Banca de defesa: Fonseca, Maria Fernanda de Albuquerque Costa, Guerra, José Guilherme Marinho, Fernandes, Maria do Carmo de Araujo
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agricultura Orgânica
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10464
Resumo: As paisagens agrícolas da região Serrana do estado do Rio de Janeiro são marcadas pela degradação ambiental. A pecuária, caracterizada pela avicultura de corte, produz resíduos orgânicos em quantidades maiores do que o ambiente é capaz de decompor e a agricultura, caracterizada pela olericultura, utiliza-se de grandes movimentos de terra, grandes quantidades de agrotóxicos e adubos sintéticos, sem controle e, que além de provocar a erosão, contaminação e a degradação dos solos, gera a contaminação das águas superficiais. Os impactos sociais também são sentidos. Este quadro instalado poderá ser alterado pela adoção, por parte dos agricultores, de práticas agroecológicas menos impactantes aos agroecossistemas. Para proporcionar mudanças na atual realidade e auxiliar esta adoção de práticas adequadas, considerando o currículo atual dos cursos técnicos de ciências agrárias, é de fundamental importância uma formação alternativa dos técnicos extensionistas, com base agroecológica. Na dissertação que ora se apresenta é relatada uma experiência de formação alternativa extraclasse realizada por alunos da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) na década de 1970, que resultou em profissionais com uma visão holística dos sistemas produtivos, demonstrando como esta influenciou na execução de assistência técnica e extensão rural (ATER) agroecológica pública na década de 1990 na região Serrana do Estado do Rio de Janeiro. Este modelo de ATER também propiciou e se beneficiou da criação de uma rede local de organizações, agricultores e técnicos comprometidos com o tema do apoio à transição agroecológica e conversão para a agricultura orgânica, contribuindo para o aumento do número de produtores orgânicos na região nos anos 2000. Este crescimento da produção orgânica favoreceu a criação da Associação Horta Orgânica em São José do Vale do Rio Preto, a qual atuou na formação dos agricultores e na comercialização da produção de seus associados, atingindo as grandes redes varejistas das cidades do Rio de Janeiro e Niterói na primeira década do século XXI. Apesar desta relação comercial se encerrar ao final de alguns anos, devido à ética deturpada com que estas grandes redes varejistas conduzem suas negociações junto aos seus fornecedores, esta experiência de organização da produção para a comercialização contribuiu indiretamente para o fortalecimento dos circuitos curtos de comercialização. A dissertação evidencia também como, a partir da segunda década do século XXI, estes acontecimentos desdobraram-se no aparecimento de novas redes de incentivo à agroecologia e produção orgânica, em todo o estado, as quais foram responsáveis por mais um aumento no número de produtores (familiares ou não) orgânicos registrados no CNPO (Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos) do MAPA no Rio de Janeiro e, por conseguinte, influenciaram sobremaneira a adoção da agroecologia e produção orgânica como diretriz de políticas públicas locais e estaduais