Estudo da diversidade química de pitangueira (Eugenia uniflora L.) acessados no litoral norte fluminense-RJ e da atividade fungicida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Moreira, Ygor Nunes lattes
Orientador(a): Souza, Marco André Alves de lattes
Banca de defesa: Souza, Marco André Alves de, Palermo, Gilrnara Pires de Moura, Silva, Rafael Ferreira da
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
Departamento: Instituto de Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20071
Resumo: A pitangueira, Eugenia uniflora L. (Myrtaceae), possui hábito arbustivo, é nativa da mata atlântica com grande ocorrência em ecossistemas de restinga. A pitanga é utilizada na culinária, medicina tradicional e apresenta importante papel ecológico. Todavia, tem sido explorada como fonte de produtos naturais, como os óleos essenciais, principalmente no preparo de cosméticos e na aromaterapia. Tendo em vista o potencial econômico que a pitangueira apresenta, foi proposto o estudo com base no teor (%) e na diversidade química dos óleos essenciais obtidos de plantas acessados in situ, bem como a atividade sobre fungos de interesse agrícola. Na primeira etapa, foi avaliada a cinética de destilação de folhas de pitangueira, visando compreender o efeito do tempo de destilação sobre o teor e o perfil químico dos óleos essenciais. A segunda etapa, consistiu em um trabalho de campo que permitiu a coleta de folhas, ramos e material propagativo de 20 espécimes de pitangueira, coletadas no litoral norte do Estado do Rio de Janeiro, que permitiu avaliar o teor (%) e o perfil químico dos óleos essenciais. Na terceira e última etapa, foi avaliado o potencial tóxico dos óleos essenciais obtidos de alguns exemplares sobre os fungos Colletotrichum gloeosporioides e Pestalotia sp, que são fitopatogênicos. A hidrodestilação de folhas secas foi o método utilizado para a obtenção dos óleos essenciais. O teor dos óleos essenciais foi calculado com base na matéria seca de folhas e expresso em teor (%, m/m). A análise química dos óleos essenciais foi baseada na cromatografia em fase gasosa acoplada ao detector de ionização por chama (CG-DIC) e ao espectrômetro de massa (CG-EM). A atividade toxica dos óleos essenciais contra os fungos foi realizada pelo método da diluição em meio de cultura batata-dextrose-agar, em diferentes concentrações. Os dados obtidos após os experimentos foram submetidos as análises estatísticas descritivas, univariadas e multivariadas para a interpretação dos dados. Os resultados da cinética de destilação de folhas de pitangueira demonstraram que o intervalo de tempo ótimo para a extração do óleo essencial se encontra entre 2h e 3h. No estudo de diversidade química de óleo essencial de E. uniflora, foi possível observar variações de 0,28 à 3,5% e média de 1,9% (m/m) para o teor de óleo essencial, sendo o maior teor observado na planta EU31. Foram identificadas 51 substâncias químicas, entre as quais selina-1,3,7(11)-trien-8-ona, selina-1,3,7(11)-trien-8-ona epoxido, globulol, germacreno B, espatulenol, curzereno e β-elemeno foram as que apresentaram maior frequência e/ou proporção no óleo essencial. Foi definido o nome para quimiotipos com base na dominância de substâncias no óleo essencial e, entre eles, o quimiotipo com maior frequência foi o selina-1,3,7(11)-trien-8-ona/ selina-1,3,7(11)-trien-8-ona epoxido com 11 representantes. A análise de agrupamentos hierárquicos apontou a formação de 9 grupos de óleos essenciais com perfil químico semelhantes. Todos os óleos essenciais testados apresentam toxicidade contra fungos, com destaque ao obtido da planta EU31. Os resultados confirmaram a existência de quimiodiversidade intraespecífica para a pitangueira e potencial para a exploração biotecnológica da planta e dos óleos essenciais.