Alimentos de origem suína como fonte para veiculação de Salmonella spp. resistentes aos antimicrobianos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Lima, Aloizio Lemos de lattes
Orientador(a): Lázaro, Norma dos Santos lattes
Banca de defesa: Vianni, Maria da Conceição Estellita, Pereira, Ingrid Annes, Silva, Pedro Paulo de Oliveira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Departamento: Instituto de Tecnologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11158
Resumo: Sabe-se que a principal via de transmissão de Salmonella zoonótica está na cadeia alimentar, e os altos índices relatados, sobretudo associados a produtos de origem animal, apontam este microrganismo como um dos mais incidentes e relevantes agentes etiológicos de enteroinfecções. Aliado a isto, o surgimento acelerado de bactérias antibiótico-resistentes emerge como um dos principais problemas à Saúde Pública, sendo considerado um dos maiores desafios da medicina na atualidade. Esta situação é ainda mais complexa, sobretudo porque os genes que codificam a resistência aos antibióticos se encontram frequentemente em pequenos segmentos de DNA extra cromossômicos, que podem ser transferidos diretamente entre bactérias, mesmo de espécies e gêneros diferentes. Considerando a relevância da suinocultura e seu implemento, os suínos em seu sistema de criação merecem relevante atenção. Assim o presente estudo teve por objetivo analisar a ocorrência e distribuição dos sorovares circulantes de Salmonella em produtos de origem suína, de diferentes regiões do país, apontando tendências quanto à emergência destes na veiculação de resistência aos antimicrobianos, informações que em seu conjunto visam ofertar subsídios que podem ser empregados nas atividades para o seu controle em nosso meio. Foram analisadas 1824 cepas de Salmonella spp. isoladas de alimentos de origem suína, recebidas pelo Laboratório de Enterobactérias – IOC / FIOCRUZ para caracterização antigênica conclusiva, provenientes de diversas regiões do país. Após confirmação bioquímica e antigênica, a susceptibilidade aos antimicrobianos foi determinada por disco difusão, seguindo as recomendações preconizadas pelo CLSI. No cômputo geral, entre as 1824 cepas foram identificados 41 sorovares pertencentes à Salmonella enterica subespecie enterica (1822 cepas) e 2 cepas de Salmonella enterica subespécie houtenae. Entre os 13 sorovares mais freqüentes destacam-se S. Typhimurium (26,48%), Derby (15,84%), Enteritidis (8,83%), Panama (6,96%), Infantis (6,80%) e Anatum (6,14%), por sua freqüência nos cinco anos de estudo. A variedade de sorovares identificados nos alimentos de origem suína evidenciou que esta espécie animal é mais uma fonte de infecção e veiculador, através de seus produtos, de salmonelas zoonóticas. O teste de suscetibilidade aos antimicrobianos foi realizado em 357 (19,57%) amostras, 257 (71,99%) foram resistentes a uma ou mais drogas, destas 59,53% multirresistentes. Considerando-se unicamente as cepas resistentes, observou-se que a maior taxa recaiu sobre TCY (42,82%), seguido de NIT (39,50%), NAL (25,21%), AMP (17,70%), SXT (11,55%), CHL (9,58%), GEN (6,44%) e CEP (2,82%). Os elevados percentuais de resistência aos antimicrobianos obtidos na presente avaliação conduzem para uma reflexão sobre o uso indiscriminado de antimicrobianos na medicina humana e veterinária, reforçando a necessidade de monitoramento contínuo para que sejam planejadas ações preventivas e reguladoras junto aos Órgãos competentes.