Pedagogia e escuta responsiva - A cultura da infância na EEI-UFRJ: por práticas pedagógicas dialógicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Bento, Patricia Kerschr Pedrosa lattes
Orientador(a): Motta, Flávia Miller Naethe lattes
Banca de defesa: Motta, Flávia Miller Naethe, Carvalho, Carlos Roberto de, Lopes, Jader Janer Moreira, Aquino, Ligia Maria Motta Leão de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
Departamento: Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13257
Resumo: Este estudo tem por objetivo identificar a ação das crianças nas práticas pedagógicas desenvolvidas na Escola de Educação Infantil da UFRJ, por meio das narrativas da professora, das crianças e suas enunciações Bakhtin (2017), ao longo dos anos de 2016, 2017, 2018 e 2019. O trabalho será apresentado no formato de crônicas, assumindo uma perspectiva bakhtiniana que entende que ciências humanas tratam da relação entre pessoas, sujeitos expressivos e falantes. O estudo se dividirá em três partes: o primeiro momento apresenta crônicas introdutórias, permitindo uma reflexão sobre o gênero e clássicos cronistas como Drummond, Antônio Cândido, Fernando Sabino, entre outros. O segundo momento traz eventos anotados no meu caderno de planejamento, quando assumia a regência do grupo. Ressalto que, ao longo dos dois anos que estive na escola como professora substituta, permaneci com o mesmo grupo de crianças (Grupo 2 – crianças com 1 ano e meio até o Grupo 4 – crianças completando 4 anos de idade). Professora de educação infantil há mais de 20 anos e sempre em escolas da rede privada, atuar na rede pública me levou a refletir, ou melhor, me provocou a desvelar questões que me acompanham desde a minha primeira pesquisa monográfica: Proposta pedagógica para educação infantil – Uma reflexão (2000), trabalho orientado pela professora Ligia Aquino. Percebi, nesse espaço de educação pública, uma grande oportunidade de se repensar ações pedagógicas. Nesse lugar EEI-UFRJ, por meio dos encontros com as crianças, não só, mas especialmente no pátio da escola, pude saborear o empoderamento que a autonomia propõe ao professor(a), como também tamanha responsabilidade deste(a). Este lugar de “poder” me oportunizou realizar inúmeras atividades com as crianças, oportunizando-as sempre como sujeito central da sua aprendizagem. No terceiro momento da pesquisa, trago o meu retorno à escola, não mais como professora, e sim como pesquisadora. Desse outro lugar, dou continuidade ao objetivo da pesquisa, perceber a atuação das crianças no espaço escolar. Diante do exposto, arriscamos numa retórica pouco utilizada nos trabalhos acadêmicos. Organizamos, em crônicas, alguns eventos que nos levam a refletir a importância de uma relação horizontal – professora/crianças/lugar em vivências significativas e atentas à natureza de seus enunciados, que podem emanar quando se tem uma escuta responsiva por parte da professora. A princípio, os interlocutores convidados para o diálogo são Bakhtin (2011; 2017) Benjamin (1992; 2002) e Vigotski (2009; 2010). Por meio das crônicas apresentadas, fica a proposta de repensar práticas e atividades que não subalternizem o lugar social das crianças, e a escola de educação infantil possa ser um espaço onde a criança, como protagonista da história, esteja plena para construir cultura, ao mesmo tempo em que também seja constituída por ela. Evoluindo com o estudo e com o desejo de escrever mais uma crônica, penso: seria mesmo o oficio de uma professora de educação infantil, uma profissão ainda a ser inventada?