Estudo comparativo do xilema secundário de espécies de Urbanodendron Mez e contribuição da anatomia do lenho à taxonomia da família Lauraceae Juss

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Fernandes, João Kleber da Costa lattes
Orientador(a): Lima, Helena Regina Pinto lattes
Banca de defesa: Barros, Cláudia Franca, Palermo, Gilmara Pires de Moura
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
Departamento: Instituto de Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11275
Resumo: Lauraceae Juss. é uma família de grande importância econômica sendo empregada na culinária, na perfumaria e na indústria farmacêutica, na fabricação de papel, em marcenaria e construção civil. As espécies têm distribuição pantropical, ocorrem nas florestas tropicais e subtropicais, em ambientes úmidos. A família é constituída por 50 gêneros e aproximadamente cerca de 3.000 espécies. No Brasil são encontrados 22 gêneros, dentre eles Urbandodendron Mez, constituído por três espécies, cuja distribuição está restrita aos estados do Sudeste e Bahia. Diversas classificações foram propostas devido a complexidade do grupo. O sistema de classificação mais recente sugere a divisão da subfamília Lauroidea em três tribos baseada na morfologia da inflorescência e na anatomia do lenho e da casca. No entanto, Urbanodendron não é citado nesta classificação, devido ausência de estudos sobre a anatomia do lenho para o gênero, até o momento. O presente estudo tem como objetivo fornecer subsídios à taxonomia de Lauraceae, por meio da descrição das características do lenho de Urbanodendron bahiense (Meisn.) e U. verrucosum (Ness) Mez, e de uma revisão sobre a anatomia do lenho de 21 gêneros pertencentes à família. Além de avaliar se as variações ambientais encontradas em Floresta Ombrófila Densa de terras baixas e submontana promovem mudanças significativas na estrutura do lenho. As amostras foram coletadas através de métodos não destrutivos e processadas de acordo com as técnicas usuais para observação do lenho em microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura. Os indivíduos provem de duas áreas de estudo do estado do Rio de Janeiro: O Parque Natural Municipal do Curió e a Reserva Biológica de Poço das Antas. Para a revisão foram feitos levantamentos em bases de dados e periódicos especializados. A análise de coordenadas principais (PCoA) foi utilizada para avaliar como os caracteres anatômicos do lenho podem auxiliar no diagnóstico infrafamiliar em Lauraceae A partir do estudo comparativo da anatomia do lenho de U. bahiense e U. verrucosum foi possível verificar que o lenho apresenta uma estrutura homogênea como os demais gêneros da família, que incluem: camadas de crescimento distintas; porosidade difusa, vasos solitários e múltiplos radiais de 2-4 células, placa de perfuração exclusivamente simples e pontoações intervasculares alternas; fibras septadas; parênquima axial paratraqueal vasicêntrico; raios unisseriados e multisseriados (2-3 células), integrados por células procumbentes na porção central e eretas ou quadradas nas margens; presença de substâncias fenólicas, células oleíferas/mucilaginosas associadas ao raio. As espécies estudadas diferiram apenas na localização e frequência das células oleíferas/mucilaginosas. A análise de coordenadas principais mostrou que os caracteres anatômicos do lenho auxiliam no diagnóstico das tribos Cryptocaryeae, Laureae e Perseeae. A estrutura do xilema secundário de Urbanodendron apresenta caracteres comuns aos gêneros Aniba, Licaria, Nectandra, Ocotea e Persea que pertencem à tribo Perseeae, sugerindo o posicionamento do gênero estudado nessa mesma tribo. A análise quantitativa dos elementos celulares encontrados nos indivíduos de ambas as espécies, das duas formações vegetais, não apresentou diferenças estatísticas