Inferindo o hábito hemiepífito em Ficus L. por meio da anatomia do xilema secundário em espécies viventes e fósseis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Dussan, Camila Monje
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-15022021-204901/
Resumo: Os diferentes hábitos que as plantas apresentam na natureza são facilmente reconhecíveis não apenas pelo seu aspecto morfológico, mas também por uma combinação de caracteres anatômicos. Esses caracteres tem sido fundamentais para entender a evolução dos hábitos das plantas no registro fóssil. As plantas de hábito hemiepífito germinam e crescem como epífitas e depois estabelecem ligações com o solo por meio de raízes areas. É possível inferir o hábito hemiepífito usando caracteres anatômicos? Para abordar esta questão, escolhemos o gênero Ficus> L. da família Moraceae porque possui uma grande diversidade de hábitos incluindo, arbustos, árvores, lianas e mais do 60% das espécies são hemiepífitas. Neste estudo, comparamos a anatomia da madeira do caule entre espécies arbóreas e hemiepífitas, adicionalmente entre as espécies hemiepífitas comparamos a anatomia da madeira entre raízes aéreas e o caule. Posteriormente, analisamos a anatomia do lenho de fósseis com afinidade a Ficus / Ficoxylon e avaliamos se é possível distinguir o hábito ou o órgão ao qual a lenho fóssil de Ficus pertence. Amostras de madeira de raízes aéreas e caules de árvores e hemiepífitas foram coletadas na altura do peito e preparadas de acordo com técnicas anatômicas da madeira. Características anatômicas qualitativas e quantitativas da madeira foram analisadas para determinar a variação entre hábitos, e a condutividade hidráulica hipotética foi calculada para comparar a eficiência no transporte hídrico. Foi realizado um levantamento bibliográfico referente aos lenhos fósseis de Ficus / Ficoxylon e cada um dos fósseis foi avaliado quanto à confiabilidade de sua identificação. Os fósseis aceitos foram posteriormente comparados com as espécies modernas estudadas. Nossos resultados mostram que o caule e as raízes aéreas das espécies hemiepífitas apresentam vasos de maior diâmetro e maior condutividade hidráulica hipotética do que as espécies arbóreas. Das plantas hemiepífitas, a única forma de distinguir as raízes aéreas do caule é pela posição do protoxilema, isto é, o xilema exarco nas raízes em oposião ao xilema endarco do caule. Nos lenhos fósseis, observamos que não é possível distinguir se o lenho fóssil pertence a uma raiz aérea ou a um caule, no entanto, nossos dados sugerem que os fósseis compartilham mais características anatômicas com espécies hemiepífitas do que com espécies arbóreas